terça-feira, 2 de março de 2010

"Ser mulher é muito difícil", diz Edson Celulari

celulari Em São Paulo para a estreia de Hairspray, Edson Celulari respondeu na última quarta-feira (24/02) algumas perguntas feitas pela reportagem de A Capa logo após a apresentação da peça para imprensa e convidados.

No musical, o galã interpreta Edna Turnblad, a mãe da protagonista Tracy Turnblad (Simone Gutierrez), uma adolescente gordinha que sonha dançar em um programa de TV.

Questionado se beijaria um personagem masculino se o papel assim exigisse, Edson não titubeou e respondeu "Eu sou um ator, né querido? Um ator tem que fazer de tudo, sem pudor".

Na entrevista, Edson falou da diferença do público paulistano e carioca, disse que "ser mulher é muito difícil" e ainda deu sua opinião sobre o beijo gay na televisão.

O que você mais gosta quando está de Edna? E o que menos gosta?
Tudo eu gosto. É estar em cena com a Edna, porque ela só existe ali. Quando estou em cena estou muito feliz. É um personagem muito gratificante, generosos, como foi também o convite do Miguel [Falabella], a direção. Estou muito feliz. Só tenho que agradecer.

Mas não incomoda a vestimenta, o sapato, o salto alto?
Isso são as agruras femininas. Ser mulher é muito difícil. Usar salto alto, peruca, cílios postiços... Mas a gente passa por cima.

Que número você calça?
44

O ator como Edna Turnblad, no musical Hairspray Tem muita diferença o público de São Paulo e do Rio?
Tem sim. Mas acho que pra esse tipo de espetáculo o público passa por essas diferenças com muita alegria, digamos assim. É um espetáculo que tem muitos apelos. Há diferenças. Às vezes o público paulista gosta mais de comédias pra aliviar a tensão de uma cidade como São Paulo e o carioca ao contrário. Mas também há tensão hoje em dia no Rio de Janeiro. A garota de Ipanema não passeia se exibindo só não. Ela também corre das balas perdidas. Está um pouco misturado. Há diferenças. Pra musical principalmente o público paulista está muito mais preparado. Há 12, 15 anos se faz aqui musicais da Broadway com muita qualidade. No Rio é mais recente.

Se o seu personagem tivesse que dar um beijo em um personagem homem, daria sem problemas?
Eu sou um ator, né querido? Um ator tem que fazer de tudo, sem pudor. Trabalhar com pudor, imaginando se seria proibido ou não aí você vai trabalhar com outra coisa, não como ator. Ator não pode ter pudor.

Então você acha que não tem problema beijo gay na TV, por exemplo?
Isso é outra coisa. Acho que não tem problema, agora você tem que falar com a estrutura moral do nosso país.

Mas acha que não poderia ter o beijo?
É uma discussão longa. Muito delicado. Não tem problema pra mim, pra você. Mas você tem que ver a sociedade como um todo.

fonte: A Capa

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