domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bahia escolhe sua representante para o Miss Brasil Gay

Shayene Kathryn foi eleita oficialmente na noite do sábado, 19, e coroada por Ava Simões, detentora da faixa em 2009.

miss bahia gay 2011A Bahia já escolheu sua representante para o concurso Miss Brasil Gay 2011. Shayene Kathryn foi eleita oficialmente na noite deste sábado, 19, e recebeu a coroa das mãos de Ava Simões, vencedora do concurso nacional em 2009.

fonte: EGO

Rio Grande do Norte: Travestis lutam por respeito e oportunidade de emprego

travesti natal“Meu nome é Rebeca”. “Mas você é menino e eu vou continuar lhe chamando de João”. O diálogo, curto, mas revelador, tem como cenário a cantina da Caern. Rebeca Brandão, de 31 anos – ou João Maria, como está grafado em sua carteira de identidade – tem olhos castanhos claros, cabelos grandes, formas femininas e dois nomes. O muro da Caern é um divisor. No local de trabalho, é chamado pelos colegas de João, apesar de não gostar muito do nome. Já para além dos domínios de sua profissão, não resta dúvidas: “Meu nome é Rebeca”, garante.

Apesar do aparente conflito, não há hostilidade na relação de Rebeca/João com colegas de trabalho e clientes na cantina, onde ela trabalha ajudando na cozinha. Pelo contrário, a convivência estabeleceu uma relação de afeto e todos se respeitam. Mas essa é uma exceção. O cotidiano de travestis, e outras minorias sexuais, é marcado por um embate constante contra o preconceito e a não aceitação. Nesse sentido, a questão do nome é exemplar.

Durante a semana, a governadora Rosalba Ciarlini vetou projeto do deputado Fernando Mineiro (PT), onde os travestis teriam de ser chamados pelo “nome social” em documentos de identificação em repartições públicas. Pelo projeto, João seria  Rebeca. O texto do veto reconhece a importância da lei em “oferecer maior grau de bem-estar social a integrantes de minorias sexuais”, mas afirma ser a lei inconstitucional. Independente de discutir quem está com a razão, é importante perceber como a questão do nome traz embutida uma série de outros constrangimentos aos quais as travestis são expostos no dia-a-dia.

A imagem da* travesti é comumente relacionada à prostituição. Essa ligação tem um pé na realidade: muitas travestis se prostituem. Contudo, esse dado precisa obrigatoriamente ser acompanhado de outro, tão importante quanto. É difícil, para a travesti, encontrar espaço no mercado de trabalho. O preconceito, embora nem sempre explícito, é real. Aquelas que conseguem transpor essa barreira também tem um destino traçado. Com raríssimas exceções, tornam-se cabeleireiras, diaristas e cozinheiras. Rebeca é cozinheira e diarista. Amanda Richelli, 36 anos, é cabeleireira. Mas antes disso. muitas precisou “trabalhar na rua” para sobreviver.

Hoje, Amanda atende em casa, no seu próprio salão de beleza, uma clientela variada. Senhoras de meia idade, moças, rapazes. A relação com os clientes é tranqüila. Mas ela não esconde o passado. Por cerca de 10 anos, recorreu à prostituição. Nesse meio tempo, morou na Itália, onde conseguiu juntar o dinheiro necessário para montar o seu próprio negócio. “Antes disso, eu tentei ser recepcionista, telefonista, trabalhar em loja. Mas, “coincidentemente”, nunca havia vaga. O preconceito é sempre escondido, até porque as pessoas têm medo de travesti”, diz Amanda.

De volta ao Brasil, ela não se furta a freqüentar os mesmos espaços das demais pessoas. “Eles têm que me engolir. Eu vou ao shopping, ao bar, à igreja. Às vezes, escuto umas piadinhas. Quando estou de bom humor, não digo nada. Mas, às vezes, respondo”, declara. Esse é um dado importante. Travestis, e outras minorias, relacionadas ou não com a sexualidade, costumam freqüentar guetos. São bares, boates, enfim, locais públicos onde somente pessoas de determinada “tribo” se encontram. Fora dessas ilhas, a vida nem sempre é fácil. “Na igreja, eu costumo ouvir cochichos, risinhos e ver pessoas apontando. Mas eu sou uma pessoa religiosa e não vou deixar de freqüentar por conta disso”, relata.

Rebeca conta que “costuma sofrer maior assédio em ônibus e no meio da rua”. Ao contrário de Amanda, ela não costuma responder e admite ficar angustiada ao ouvir piadas e ironias quando divide espaço com demais pessoas. Já Amanda conta sentir raiva. “Angústia não. Eu sinto raiva, pena. Sofri bastante para conseguir ser o que eu sou. Em casa, coloquei primeiro um brinco, depois o outro, fui me vestindo. Hoje não tenho problema em ser o que sou. O mundo vai ter que me engolir”, enfatiza.

* Os dicionários mandam utilizar o artigo no masculino quando se trata de “travestis homens”, por ser um substantivo comum de dois gêneros. Contudo, durante as entrevistas, os personagens preferiram ser tratados com artigos no feminino e a reportagem resolveu transpor a preferência para o texto como forma de respeitar essa posição, apesar de ser contrária à regra.

Questão de linguagem
A palavra é um ponto fundamental nessa discussão. Pode parecer um  detalhe, mas não é. Ao longo dos anos, os movimentos sociais que lutam contra o preconceito sexual, empreenderam um esforço para colocar em desuso certas denominações, como é o caso de “homossexualismo”. O termo denota, através do sufixo “ismo”, doença. Em seu lugar foi adotado “homossexualidade”, que expressa comportamento. Dentro desse contexto, ser chamado pelo nome que escolheu é considerado um direito adquirido.

Amanda e Rebeca, por exemplo, além de se vestir como mulheres, têm formas femininas: cabelos compridos e seios, por exemplo. Para isso, fizeram tratamento com hormônios e Rebeca também pôs silicone. Chamá-las pelo nome grafado na carteira de identidade é visivelmente constrangedor. Amanda Richeli sequer revela o nome de batismo. “Tem um apelido que só a minha mãe chama. Ela chama porque é a minha mãe e eu não me incomodo, mas não digo meu nome da carteira de identidade para mais ninguém”, afirma.

Para o professor de Ciências Sociais, Alípio de Sousa Filho, que também é editor da Revista Bagoas, da UFRN, sobre estudos acerca da sexualidade, a possibilidade de ser chamado pelo nome escolhido é a conquista de um direito fundamental. “É condição indigna ser obrigado a portar nome que não coincide com sua identificação social de gênero, a partir de escolha feita pelo próprio indivíduo”, explica Alípio.

Os nomes demarcam um ponto controverso nessa discussão. Afinal, o que se costuma chamar de “orientação sexual” ou “opção sexual” está relacionado à prática sexual, ao gênero, à identidade ou que outra variável? Temos o caso de Rebeca como exemplo. Ela afirma namorar um rapaz de 20 anos. Não é um relacionamento público. Quando perguntada sobre a orientação sexual do seu namorado, Rebeca é taxativa: “Ele é homem, é heterossexual”. O namorado de Rebeca acha a mesma coisa e a opinião dos dois pode causar alguma estranheza.

Como alguém que namora uma travesti pode se considerar heterossexual? - muitos devem perguntar. Segundo Rebeca e Amanda, a situação é mais comum do que parece. “Quando trabalhei na rua, a maior parte dos clientes eram homens com vidas comuns, casados, que queriam  uma mulher com algo mais. Alguns levavam inclusive as suas esposas”, conta Amanda.
A discussão sobre assunto poderia render artigos e mais artigos científicos, discutindo se a orientação sexual é uma questão de identidade (as pessoas são o que sentem ser), de desejo (quem deseja pessoas do mesmo sexo é homo e o contrário hétero) até chegar aos pesquisadores que não vêem sentido em utilizar tantas denominações e conceitos fechados. “Nenhum termo deveria interessar a gays, lésbicas, trans ou heterossexuais como palavras para entender, explicar ou classificar suas vidas, desejos, práticas sexuais. Afinal, nesse âmbito, somente existem o corpo e seus prazeres, e nenhuma palavra serve para explicar nada”, encerra Alípio de Sousa.

fonte: Tribuna do Norte

São Paulo: Marcha contra homofobia reúne 500 pessoas na Paulista

marcha homofobiaCom bandeiras, faixas e apitos, gays, lésbicas e travestis participaram na tarde deste sábado da marcha contra homofobia na avenida Paulista, sentido Paraíso, na região central de São Paulo. A manifestação, que também pediu a aprovação no Senado do projeto de lei que torna crime a discriminação contra homossexuais, idosos e portadores de deficiência física, contou com a presença da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e da ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, além dos deputados federais Ivan Valente (PSOL-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) e do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP). O grupo percorreu um trajeto de pelo menos um quilômetro e meio, da Praça do Ciclista, na altura do número 2452, até o número 777, onde um jovem foi agredido no ano passado por supostamente ter sido confundido com um gay. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da passeata, que começou por volta das 16h30 e terminou duas horas depois. O ato ocupou uma das faixas da via e foi acompanhada por viaturas e motos da PM. A outra faixa no mesmo sentido ficou liberada para o trânsito.

A senadora Marta Suplicy criticou a lentidão do Legislativo na aprovação de direitos a gays, lésbicas e travestis. Ela acredita que o projeto de lei (PLC 122/06), que o Senado desarquivou no último dia 8, deve ser aprovado pela Casa. "Nós vimos um retrocesso no Congresso nos últimos anos. O Legislativo tem se unido e se acovardado sobre essa questão e não vamos sossegar enquanto não abolirmos do Brasil atos de violência desse porte. Junto da sociedade civil vamos conseguir a aprovação do projeto", afirmou.

"A homofobia não age sozinha, ela vem junto do preconceito, e é também contra isso que devemos nos posicionar", disse o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos representantes da causa gay no Congresso, que acredita ainda que a luta contra a homofobia deve ser pluripartidária.

O historiador Augusto Patrini, 32 anos, um dos organizadores da marcha, afirmou que a bancada religiosa no Congresso tenta desqualificar o projeto de lei que, segundo ele, não se limita aos direitos de homossexuais, mas também aos deficientes e portadores de deficiência física. "Existe uma leitura errada do projeto e também má fé dos deputados da bancada conservadora, além dos demais parlamentares que não se posicionam claramente sobre a proposta. O que a gente pede é o mínimo, que é criminalização de atos contra as minorias ", disse.

Para a corretora de imóveis Luciana Turella Carpinelli, 44 anos, mãe de um jovem gay, manifestações como a deste sábado chamam a atenção da sociedade para a questão. "A única forma que eles têm hoje é se juntar para conseguir diminuir o preconceito. Eles não escolheram, eles nasceram gays. Meu filho nunca sofreu violência, mas é vítima de preconceito desde a adolescência".

Neste sábado, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos do governo de Dilma Rousseff, lançou na capital paulista o selo Brasil Território Livre da Homofobia, que tem como objetivo divulgar o Disque Direitos Humanos (Disque 100) voltado para a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). A ministra participou de um trecho da marcha e disse que o governo trabalhará na garantia dos direitos humanos. "O Brasil deseja e o Brasil será um território livre de homofobia. Nós não aceitamos a homofobia", afirmou a ministra durante a passeata.

O Senado desarquivou no último dia 8 de fevereiro o Projeto de Lei da Câmara (PLC 122/06) que torna crime a discriminação de homossexuais, idosos e portadores de deficiência física. O PLC, popularmente conhecido como o projeto que criminaliza a homofobia, foi desarquivado após requerimento protocolado nesta pela senadora Marta Suplicy (PT-SP).

O projeto, que chegou ao Senado no final de 2006 e é cercado de bastante polêmica, já havia sido examinado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e será encaminhado agora à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

fonte: Terra

Ministra lança em São Paulo serviço de disque-denúncia contra homofobia

Número do disque-denúncia é o 100. A ligação é gratuita. Projeto que torna homofobia crime voltará a tramitar no Senado.

 A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, lançou neste sábado (19), durante um ato em São Paulo, um disque-denúncia para casos de violência contra homossexuais e o selo “Brasil, território livre de homofobia”.

O número do disque-denúncia é o 100. A ligação é gratuita, e o serviço estará disponível 24 horas por dia. A identidade do denunciante será mantida em sigilo. O selo servirá como símbolo de campanha de combate à homofobia.

“Vamos atuar com estados e municípios em uma rede nacional contra a homofobia. Nossa meta é atuar no auxilio às pessoas que precisam, e esta é uma população vulnerável à violência”, disse a ministra.

Segundo Rosário, o disque-denúncia já funcionava em caráter experimental nos últimos dois meses, período em que foi firmado uma parceria entre o governo federal, prefeituras e estados para ajudar no combate à violência contra os homossexuais.

Nesse período (entre 23 de dezembro e 16 de fevereiro), foram registradas 343 denúncias contra homossexuais. As denúncias representam 1.015 violações . O maior número de casos foi de violência psicológica (42%), seguida de discriminação (25%), violência física (17%) e violência sexual (10%).

brasilterritoriosemhomofobiaseloEm casos considerados mais graves, como de violência física, a ministra diz que a polícia poderá ser acionada rapidamente. Não está descartada também a possibilidade de oferta de proteção para as vítimas, assim como acontece nos casos de violência contra a mulheres e crianças, também atendidas por serviço de disque-denúncia.

“Se tivermos situações mais graves, emergenciais, imediatamente vamos telefonar para a polícia e pedir auxílio para localizar o agressor. É possível que se dê proteção para as pessoas vítimas de violência, mas quem terá de fazer isso são os órgãos locais. Para isso, vamos fazer um trabalho de apoio em rede”, afirmou a ministra.

Em novembro do ano passado, em São Paulo, pelo menos três pessoas foram vítimas de agressão na Avenida Paulista por parte de um grupo de cinco jovens, que julgou que as vítimas eram gays.

Projeto contra homofobia
Além da ministra, participou do ato a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que será a relatora do projeto que torna crime a discriminação de homossexuais, idosos e deficientes.

Aprovado pela Câmara em 2006, o projeto da então deputada Iara Bernardi (PT-SP) foi enviado ao Senado, mas foi arquivado após o encerramento da última legislatura.

Por meio de um requerimento apresentado por Marta e aprovado pelo plenário no último dia 8, o projeto foi desarquivado e voltará a tramitar na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.

A proposta altera a Lei 7.716/1989, que tipifica "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional" e inclui entre esses crimes o de discriminação por gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, segundo informou a Agência Senado.

A ministra Maria do Rosário, que, como deputada federal, defendia a causa contra a homofobia, afirmou que o governo ainda não tem uma posição oficial manifestada sobre o projeto, mas ela, particularmente, apóia a iniciativa

Maria do Rosário diz acreditar que o projeto deve desencadear um "forte debate" no Congresso.

“Acho que vamos ter um forte debate, mas eu faço questão de dizer que temos responsabilidade na defesa dos direitos da diversidade sexual e religiosa, entre outras. A diversidade como um todo é importante, e o governo estará disposto a participar desta discussão”, afirmou.

Câmara
Na Câmara, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), recolhe assinaturas para a criação da Frente Parlamentar GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero).

fonte: G1

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