Os organizadores estimaram que 1,2 milhão de pessoas compareceram à 14ª Parada Gay, realizada em Copacabana, Zona Sul do Rio, neste domingo (1º). Mas, para a Polícia Militar o público foi de 300 mil. A Parada começou na parte da tarde e terminou por volta das 21h. A chuva forte não desanimou os participantes. A polícia não registrou incidentes.
"Achei muito tranquila a parada, apesar da multidão. Houve apenas pequenos furtos, considerados comuns em eventos como esse", avaliou o comandante do 19º BPM (Copacabana), tenente-coronel Rogério Seabra.
Cláudio Nascimento, organizador do evento e superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, comemorou, ao fim do evento. “Mesmo com chuva conseguimos reunir o mesmo público do ano passado, 1,2 milhão pessoas. Foi um sucesso”, disse.
Ele voltou a criticar a postura de alguns políticos que ainda falam mal do movimento. “São pessoas atrasadas, com ódio no coração. Os gestores públicos não estão fazendo nenhum favor para a gente. Estamos defendendo nossos direitos como cidadãos”, completou.
Na abertura do desfile, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, mandou um recado para o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que disse em um programa de televisão que o câncer de mama em homens “deve ser consequência de passeatas gay”:
“Preconceito dá câncer, faz mal à saúde e pode matar. O que cura o preconceito e a doença é a solidariedade”, disse Minc.
Minc também retomou a polêmica com o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, durante seu discurso na Parada Gay. "Outro governador ficou chateado comigo porque eu queria defender o Pantanal e disse que ia me violentar. É uma cabeça troglodita de quem pensa como se estivesse na época da Inquisição”, atacou.
O governador do Paraná alegou no dia 28 que quis apenas alertar para os riscos do abuso de hormônios femininos quando relacionou o câncer de mama masculino a paradas gay.
Em setembro, Puccinelli chamou o ministro de “veado e fumador de maconha”. À época, Minc não deixou por menos e disse que o governador devia “cuidar do homessexualismo que existe dentro dele”.
Depois dos ataques contra Minc, o governo de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota em que Puccinelli pedia desculpas pelas declarações. Na nota, o governo de Mato Grosso do Sul lamentou a "conotação ofensiva atribuída às declarações" e disse que “quaisquer desdobramentos alheios devem ser entendidos como inapropriados e, se gerarem ofensa ao ministro Carlos Minc, o governador André Puccinelli ratifica suas desculpas”.
fonte: G1