sábado, 10 de setembro de 2011

Ney Matogrosso teme gravar música com a palavra masturbação: “os brasileiros estão muito caretas”

Ney MatogrossoA polêmica começou quando, semana passada, em entrevista ao jornalista Cadão Volpato no programa “Metrópolis”, na TV Cultura de São Paulo, o cantor Ney Matogrosso declarou que não sabe se vai ou não vai incluir no seu próximo disco a canção “Cinema Íris”, do músico Luís Capucho, por causa da frase “Enquanto homens masturbam-se na neblina do cinema".

Nas palavras do Ney, “os brasileiros estão muito caretas” e ele não pretende surtar os ouvidos mais recatados: “Eu fui selecionando as músicas por esse caminho... Jards Macalé, Itamar Assunção e tem o Luís Capucho, um compositor extraordinário. Só que ele tem uma temática muito explícita, esse talvez seja o grande problema. A música dele que está comigo chama-se "Cinema Íris", e eu adoro.

Na entrevista, Ney contou que tem feito uns testes com a letra para ver o que as pessoas acham. “Mostro a música para uma pessoa bem doida e ela diz: ‘Nossa, você vai ter coragem de cantar isso?’; então, eu pego uma pessoa bem careta e ela diz ‘Nossa, nem achei tão pesada assim’. Não dá para ter parâmetro.”

Para Ney, a música “é muito excitante. Não dá para tirar a frase. E eu não queria que fosse um disco proibido, não quero assustar ninguém”.

— Desde o início do ano, em praticamente todas as suas entrevistas, Ney dizia que estava gravando um disco com os malditos da música e me incluiu nessa turma — conta Capucho.

Luís CapuchoPara o autor, o Ney está apenas criando um clima em torno do lançamento.

— Tenho certeza de que ele vai gravar porque ele sempre foi ousado. Quando surgiu nos Secos & Molhados, foi de uma ousadia enorme. E de lá para cá, continuou assim. Até lançou um disco estampando sua foto nu na capa. E apesar de se dizer tímido, o trabalho dele não é.

“Jean Genet da canção popular”
“Cinema Íris” será o título do próximo CD, ainda em produção, do capixaba Luís Capucho, de 49 anos, morador de Niterói, e considerado o mais maldito entre os malditos da canção brasileira. Capucho tem um CD lançado (“Lua singela”) e composições gravadas por Daúde, Cássia Eller, Marcos Sacramento, entre outros. No final dos anos 60, Capucho lançou o livro “Cinema Orly”, vencedor do Prêmio Arco-Íris de Direitos Humanos em 2005.

— É um livro bem procurado por estudantes de Letras que fazem monografias sobre questões dos gays. Como é um livro muito querido, acabei querendo fazer uma dobradinha na música, e assim nasceu “Cinema Íris”, que é no mesmo viés. Eu sempre digo que “Cinema Íris” é a irmã musical do livro “Cinema Orly” — explica.

Maldito? Quando lançou a música “Mamãe me adora”, na década de 90, Capucho foi batizado de “o Jean Genet da canção popular” por um jornal paulista. (“Eu também sou feliz com homens/como os que amou mamãe/homens que são cheios de tensão/como diabos/homens que são como aparição/como Nossa Senhora”).

— As pessoas sempre falam da minha explicitude. “Cinema Íris” é uma música ambientada num cenário erótico que mistura homossexuais e hetorossexuais. É para um ambiente mix — brinca o autor, formado em Letras e professor aposentado pela Universidade Federal Fluminense.

Apaixonado pela mãe, que morreu no carnaval de 2009, Capucho é um sobrevivente. Menino pobre, filho bastardo de um fazendeiro dono das terras onde a mãe trabalhava, ele enfrentou as sequelas de um espancamento e a Aids, que contraiu em 1996.

A possibilidade de ter sua música gravada por Ney Matogrosso é um estímulo. “Lua singela”, seu primeiro CD, não teve o reconhecimento que ele desejava. Hoje, os amigos torcem para que “Cinema Íris”, em análise na Biscoito Fino e na Dubas, tenha outro destino. Capucho está ansioso, mas seu coração se aquieta quando ele lembra dos conselhos da mãe Luiza: “Não fique preocupado com isso, filho, o que tem que ser, tem força. O que tem que ser é”.

fonte: Extra Online

Bahia: Exames que detectam HIV serão realizados na Parada Gay de Salvador

Secretaria Municipal de Sáude informa que os exames serão gratuitos. Posto de coleta será montado em escola localizada no Campo Grande.

A Secretaria Municipal de Saúde divulgou na manhã desta quinta-feira (8) que estará realizando exames de detecção de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, gratuitamente, no próximo domingo (11) durante a realização da 10ª Parada Gay em Salvador.

A iniciativa faz parte do projeto “Fique Sabendo” que incentiva a realização de testes rápidos para a detecção de possíveis doenças. Segundo a secretaria, o posto de coleta será montado na Escola de Puericultura Raymundo Pereira de Magalhães, das 9h às 17h. Durante o evento serão distribuídos preservativos e materiais com informações sobre a importância da prática sexual segura.

Centro de Testagem e Aconselhamento
A secretaria de saúde ressalta que o teste pode ser feito gratuitamente durante todo o ano no Centro de Testagem e Aconselhamento Marymar Novais, que funciona no Dendezeiros.

O Centro é uma unidade básica de saúde que oferece diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV, VDRL, Hepatite Viral B e C e HTLV de forma sigilosa e orientada, acompanhado de aconselhamento como estratégia para fortalecer as práticas seguras de prevenção, contribuindo para a interrupção da cadeia de transmissão das DST/Aids.

fonte: G1

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