domingo, 21 de abril de 2013

Rondônia: Jovem de 23 anos, gay, se suicida por ser abandonado pela família evangélica

jovem suicidaO trabalho de tentativa de resgate do homem identificado como Saulo de Assis Lima (23), que desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (19) ameaça se jogar de uma torre de telefonia celular com aproximadamente 70 metros de altura, envolveu grande parte do equipamento de resgate do Corpo de Bombeiros da capital.

Porém mesmo com toda a ação do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar o jovem, que estava visivelmente atordoado, jogou-se por volta das 16h30. Centenas de pessoas que estavam ao entorno da torre acompanharam chocadas a atitude suicida de Saulo.

Foram mais de cinco caminhões do Corpo de Bombeiros, um ônibus de circuito integrado de monitoramento de câmeras, além da utilização do caminhão Magirus.

Segundo o Comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Caetano, afirmou que todo o trabalho foi realizado para resguardar a vida do jovem.

“Trabalhamos com todo nosso aparato para cumprir nossa missão que é de resguardar vidas”, afirmou o Coronal Caetano pouco antes de Saulo jogar-se da torre.

“Esse rapaz que se matou, Saulo, foi meu aluno aos 15 anos em 2005, que saudades aluno simples, quieto, porém sempre perguntava a min por que eu era tão grandona? A família dele o expulsou de casa por ser aidético e por ter sido homossexual… Certa vez na estrada de ferro madeira Mamoré ele me disse (2012) que estava cansado de viver e que pedia todos os dias para que Deus o levasse… A família dele evangélica não aceitou sua vida digo rotina e virou as costas para ele… Quem o ajudava era uma amiga que depois foi embora para Calama algo assim que consegui coletar… Descanse em paz. Saulo…”, escreveu a professora Victoria Ângelo Bacon no seu Facebook.

fonte: Tudo Rondônia

Para entidades, sistema contra violência homofóbica é muito genérico

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência recebe sugestões até dia 29 e prevê equipar estados e municípios para coibir crimes contra gays, lésbicas, travestis e transexuais

Apesar de reconhecerem a importância da criação do Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra a População LGBT, representantes de entidades ligadas ao tema acreditam que é preciso indicar metas e formular propostas "menos genéricas" para que os objetivos sejam alcançados. 

"Faltaram metas concretas com indicadores para podermos avaliar as políticas depois. Quantas pessoas serão capacitadas para discutir a diversidade sexual nas escolas? Quantos vídeos serão feitos? Qual será o valor empregado? Quantos policiais serão capacitados para o atendimento de pessoas LGBT?", indaga Toni Reis, secretário de Educação e ex-presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT). 

O antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, acrescenta: "Ações contra a homofobia são bem-vindas, mas precisam sair do papel. Centenas de resoluções que já haviam sido aprovadas em conferências nacionais LGBT não foram efetivadas até agora. Há muita retórica e pouca ação."

Aberto para consulta pública até o dia 29 de abril pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), o Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra LGBTs foi apresentado pela ministra Maria do Rosário ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT. 

Segundo o documento, disponível no site, o objetivo é desconcentrar a execução e o monitoramento das políticas de promoção dos direitos LGBT pela a administração federal. "A proposta do sistema prevê uma articulação entre conselhos e coordenadorias já existentes e um incentivo para a criação dessas estruturas em estados e municípios onde elas não existem", diz Gustavo Bernardes, coordenador geral de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos. 

Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2011, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79 dos 5.565 municípios brasileiros analisados têm legislação de combate à homofobia e 14% dos órgãos gestores de políticas de direitos humanos têm programas para a população LGBT.

De acordo com Bernardes, o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT criou um grupo de trabalho (GT) para "analisar o sistema, agregar novas discussões e amadurecer a proposta". Esse GT é composto por integrantes da SDH, do Conselho Nacional, dos ministérios da Saúde e da Justiça, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial (Sepir), além de gestores LGBT estaduais e municipais. Seu objetivo é analisar as contribuições da sociedade civil enviadas até o dia 29 de abril e apresentar o projeto reformulado ao Conselho Nacional no dia 08 de maio. 

Segundo ele, a primeira etapa é a estruturação do sistema. Somente depois de ser aprovado pelo conselho é que o sistema é institucionalizado por meio de portarias. Ação semelhante é promovida pela Secretaria Especial de Promoção de Igualdade Racial (Seppir). Criado em 2011, a Sinapir busca implementar diretrizes referentes à igualdade racial e garantir o acesso da população negra, cigana, indígena (e outras etnias historicamente excluídas) a políticas públicas.

Histórico
Formulado desde janeiro deste ano, o Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra LGBTs é mais uma iniciativa que visa a assegurar os direitos da comunidade LGBT. Em 2004, o governo federal lançou o Programa Brasil Sem Homofobia e, em 2010, criou o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. No ano passado, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos lançou o Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil, a primeira sistematização oficial de dados sobre esse tipo de ocorrência no país. 

Segundo o relatório, em 2011 houve uma média de 18,65 casos de homofobia por dia no Brasil. São Paulo (1.110), Minas Gerais (563), Rio de Janeiro (518), Ceará (476) e Bahia (468) foram os estados com mais ocorrências. O perfil mais atingido foram os travestis (50,5% das vítimas), seguidos pelos gays (36,5%). As vítimas lésbicas corresponderam a 6,7% dos casos e os bissexuais a 0,84%. Sobre os principais tipos de violação, 42,5% dos casos registrados se referem a violência psicológica (humilhações, ameaças, hostilizações e xingamentos); 22,3% foram casos de discriminação e 15,9% de violência física. Os dados foram compilados a partir de denúncias feitas aos serviços Disque Direitos Humanos (Disque 100), à Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), à Ouvidoria do SUS e a órgãos da SDH. O relatório contabilizou um total de 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos.

Entre as medidas previstas no Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência contra LGBTs estão a de promover a abordagem temática LGBT na formação inicial e continuada dos profissionais da segurança pública, registrar e monitorar abusos cometidos por membros dos órgãos de segurança pública em relação à comunidade LGBT em ouvidorias independentes, além de garantir à comunidade LGBT a opção de ficar em celas separadas, em caso de detenção ou restrição de liberdade. "É uma sinalização clara de que o Estado não vai pactuar com a violência e vai desenvolver esforços para enfrentá-la e acabar com a impunidade", diz Gustavo Bernardes.

A consulta pública ao projeto do Sistema fica aberta até o dia 29 de abril. As sugestões devem ser enviadas para o email sistemanacionallgbt@sdh.gov.br.

fonte: Rede Brasil Atual

Seguranças contam porque preferem trabalhar em baladas gays

Profissionais dizem que o público LGBT é mais educado, não briga e paga bem

segurançaDe terno e gravata, mantendo a coluna ereta e com ‘cara de poucos amigos’, Evaldir Zanona se posiciona junto à porta de uma balada LGBT paulistana, controlando rigorosamente a entrada dos clientes. Mas não se deixe enganar pelo semblante severo dele, o chefe de segurança clube Yatch não está lá a contragosto, pelo contrário. “Se eu puder escolher, prefiro trabalhar com o público gay. É muito melhor”, afirma ele, sem demonstrar dúvida.

E Zanona não está sozinho. Assim como ele, muitos outros profissionais desta área dão prioridade às baladas direcionadas ao público homossexual. “Os gays são educados na hora de tratar a gente. Nas baladas de héteros, muitas pessoas costumam ser arrogantes”, opina o segurança Genicio de Souza Chagas , o Souza, apontando um dos motivos da preferência em trabalhar com esse público.

A segurança Fabiana Cristina concorda com o ponto de vista de Souza. “Nas baladas que só tem hétero, basta um pisão no pé pra estourar briga. Com os gays isso dificilmente acontece, eles são um povo muito mais tranquilo, educado”, pontua Fabiana.

Há dois anos trabalhando com o público gay, Marcelo Viera diz que as baladas para homossexuais não estão livres das brigas, mas que os desentendimentos geralmente ficam no bate-boca e raramente descabam para a agressão física. “É sempre por motivo passional, briguinha de namorado mesmo, mas é raro acontecer”, descreve o segurança.

Os profissionais dizem ainda que seus familiares não têm o menor preconceito com o trabalho deles. “Ninguém fala nada, nem tem do que reclamar, né? Você leva dinheiro pra casa e ainda chega inteiro. É bem melhor do que ser obrigado a fazer fisioterapia todo mês por causa das brigas de marmanjo no pagode que nós somos obrigados a separar”, brinca Souza.

“Eu tenho um irmão gay em casa, estou acostumada, não é nada demais”, revela Fabiana, acrescentando que o único constrangimento deste tipo de trabalho acontece tanto em casas noturnas gays quanto as heterossexuais. “É sempre chato ter que tirar casal assanhado do banheiro, mas isso acontece em todo o tipo de balada”.

Mas as motivações da preferência destes profissionais não se resumem ao comportamento educado do público homossexual? O bolso também faz a diferença. “Na balada GLS se ganha melhor, o público tem mais dinheiro e casa acaba pagando mais. Sem contar que gay sai durante semana toda. Então, todo dia tem trabalho”, ressalta Marcelo.

A Faqui, companhia responsável pela segurança de muitas casas noturnas de São Paulo, confirma a boa impressão dos profissionais. “Os seguranças gostam de trabalhar com este público, pois não dá problema. Os gays frequentam as festas para se divertir e não para arrumar briga”, esclarece Rafael Monteiro , gerente operacional da empresa.

Gratos ao trabalho proporcionado por esse público, os seguranças ouvidos pela reportagem não perdem a linha nem quando um cliente mais atirado avança o sinal. “A gente trata com o mesmo profissionalismo que trata uma cantada de mulher”, sentencia Evaldir.

fonte: Mídia News

São Paulo: 'Não fazia sentido esconder quem eu amo e respeito', diz prefeito assumido de Lins

Edgar de Souza assumiu homossexualidade na campanha de 2012. Ele mantém uma relação estável com outro homem há nove anos.

Edgar de SouzaO prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza (PSDB), foi o único candidato homossexual assumido a se eleger nas eleições de 2012 em todo o país ao cargo de chefe do Executivo, segundo levantamento da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Sociólogo formado, ligado à igreja católica e à teologia da libertação, o prefeito começou cedo na política. Em entrevista, Edgar contou que, apesar dos ataques dos adversários na campanha do ano passado, sua trajetória na vida pública foi o principal motivo para obter 53,23% dos votos válidos e garantir a eleição.

"Hoje sou muito feliz. Extremamente feliz. Por que se incomodar com a sexualidade alheia? Quem tem convicção da sua não se incomoda com a do outro. No que a minha sexualidade te atrapalha? Essa invasão da vida íntima das pessoas é feita de forma pejorativa. Dizem que sou anormal. Eu sou normal, não sou azul, não tenho três braços. Na vida pública a gente preza pela transparência, não fazia sentido esconder quem eu amo e quem eu respeito", afirma.

Atualmente com 34 anos, Edgar começou a conquistar a confiança da população aos 21 anos, com o início do primeiro mandato como vereador. A homossexualidade, no entanto, ainda não era declarada. De lá para cá, ele seguiu como vereador por outros dois mandatos consecutivos até sair candidato a prefeito no ano passado.

Em 2004, na reeleição para vereador, surgiram os primeiros comentários sobre sua posição sexual. Mas não tão forte quanto na eleição para a cadeira principal da prefeitura. A questão da homossexualidade só foi abordada por ele em público na campanha durante o último comício antes do pleito municipal. Ele falou no palanque: “Eu não tenho que esconder com quem eu vivo, quem eu amo. Se eu esconder, não mereço ser prefeito de vocês. Deus me ama como homossexual”.

Já sua vida íntima sempre foi usada para receber ataques dos adversários. Segundo Edgar, os políticos tentaram usar sua opção sexual para atrapalhar a candidatura. “Nunca usei a homossexualidade para levar uma bandeira e tudo o que eles tentaram fazer caiu por terra. Minha opção não define meu caráter e meus votos foram devido à minha história política.”

Na campanha, ele afirmou que a sexualidade não era relevante para o processo eleitoral. Mas para os concorrentes, sim. “Estão rolando dois inquéritos na polícia sobre panfletos distribuídos com fotos minha com meu companheiro. Foram enviados pelos Correios de 5 mil a 10 mil cartazes. No material tinha uma foto minha com Alex. Ele com a cabeça deitada no ombro e com vários corações.”

Outra ataque político conseguiu ser interceptado às véspera do dia da votação. “É comum que panfletos sejam distribuídos nas ruas. Equipes trabalharam na madrugada para evitar que o panfleto fosse espalhado. Tratava de um panfleto com minha foto como uma drag queen, com uma peruca horrorosa.”

Hoje, depois de mais de 100 dias à frente do comando da cidade, Edgar afirma que só pensa em um futuro melhor para a população de Lins. Como chefe do Executivo, ele fala que vai dar sua cara na administração, mas brinca que não vai pintar as ruas de cor-de-rosa. “Não vou pintar as ruas de rosa. Não tem a menor possibilidade de laço ou de rosa. E o rosa não é a cor do movimento gay: é colorido. Quero fazer uma administração moderna e fazer a cidade dar um salto de qualidade. Lins tem um potencial logístico extraordinário. Você não faz nada de bom se você não pensar grande. Não posso mudar o Brasil, mas esse pedacinho do país vai ser mudado.”

Adolescência
O prefeito contou que sofria demais quando tinha relação com algum homem ainda na adolescência. A primeira relação sexual foi com um rapaz aos 14 anos. “Na hora tem o desejo, mas depois vinha a carga religiosa, a carga moral. Era um sofrimento danado. Chegava em casa chorando. Tomava banho e esfregava o braço até quase sair a pele. Ficava sentindo o cheiro da pessoa e me virava o estômago. Em programas de televisão que discutiam a homossexualidade, as pessoas falavam que se libertavam aos 19 anos. E daí eu falava que precisava me curar. E por coincidência ou algo que a própria mente projetou, aos 19 anos eu me assumo também pra mim. Sair do armário não tem que ser para os outros. Tem que ser para você. Esse é o grande passo porque você rompe a barreira da depressão, do sofrimento”, avisa.

Edgar de Souza afirma que também fez sexo com mulheres. A primeira vez, aos 16 anos. Atualmente, o prefeito de Lins tem uma relação estável há 9 anos com outro homem, Alex, de 31 anos. Os dois trocaram alianças depois da eleição no ano passado e moram juntos em uma casa com dois meninos, de três e dois anos, além da mãe das crianças. Elas foram adotadas depois de um problema com o pai, que é dependente químico.

Religião
Na vida pública, Edgar sofreu preconceito dentro da igreja, mas ele diz que está com a consciência tranquila. “A minha formação cristã fez eu reconhecer que Deus me ama como homossexual. Dentro da igreja sempre tive a consciência muito tranquila. Tive um problema de embate pessoal com a doutrina quando houve a publicação de um documento do Vaticano do Papa Bento XVI, que falava que os homossexuais não poderiam atender ao sacerdócio. Mas a vivência nas comunidades é muito maior do que isso.”

A opção sexual dividiu seus apoiadores religiosos na campanha eleitoral. “Durante a campanha tive apoio de vários pastores e de muitas igrejas evangélicas. Não podemos generalizar. Obviamente também tiveram vários pastores que foram contra por conta da minha homossexualidade. Também tiveram católicos mais conservadores que acham que a homossexualidade é um problema.”

Marco Feliciano
O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH) e é alvo de protestos por todo o país, também deixou o prefeito de Lins indignado com algumas declarações. “Me senti muito ofendido quando o Marco Feliciano colocou no Twitter que o destino da criança criada por casais homoafetivo é ser vítima de pedofilia. É uma idiotice que não tem tamanho. A maior parte de casos de pedofilia acontece em relações heterossexuais, porque a maior parte das pessoas é hetero. Larga a mão de ser idiota falar uma coisa dessa. Ele coloca todo mundo sob suspeição. Sabe aquela coisa, se na rua tem um traficante todo mundo se torna traficante.”

Edgar de Souza e AlexApoio nas ruas
Nas urnas, Edgar de Souza conquistou 53,23% dos votos válidos. E nas ruas da cidade, os moradores não se incomodam com a homossexualidade do prefeito. O que eles querem é avaliar o trabalho como administrador de Lins. "Acho que não tem nada a ver. Cada um faz aquilo que gosta. Ele é um cara que veio da roça e uma pessoa muito boa. Esperamos que ele faça o bem para a cidade", disse o funcionário público aposentado, Sebastião Germano da Silva.

Outra moradora também é a favor de discutir apenas o desenvolvimento da cidade. Para a garçonete Tânia Aparecida Rodrigues, a opção sexual de Edgar não deve ser envolvida com a condição de prefeito. "Jamais vai atrapalhar ele na prefeitura. Não interfere nas coisas da cidade. Queremos que ele faça Lins crescer. A opção sexual é um assunto particular. A cidade inteira sabe que ele é gay."

fonte: G1

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