domingo, 11 de outubro de 2009

Integrante gay do grupo Boyzone morre aos 33 anos

Stephen Gately Stephen Gately, integrante do grupo Boyzone, boyband irlandesa que fez sucesso nos anos 1990, morreu neste sábado (10) na ilha espanhola de Mallorca, onde estava de férias com o marido, Andrew Cowles.

O site do grupo, que se separou em 2000 e voltou a se reunir oito anos depois, diz que Gately, de 33 anos, "morreu de forma trágica" na noite de ontem.

O anúncio da morte do cantor causou comoção no Reino Unido e na Irlanda. Os outros integrantes da banda disseram que hoje mesmo seguiriam para a Espanha para se inteirar do ocorrido.

Até o momento, as circunstâncias do falecimento de Gately não foram esclarecidas. Segundo a polícia de Andratx (Mallorca), o artista morreu em um apartamento na região turística de Cala Llamp.

O editor da seção de espetáculos do jornal "News of the World", Dan Wootton, disse à "BBC" que Gately saiu com o marido na noite de sábado e, depois de voltar e dormir, não acordou mais.

Louis Walsh, empresário da banda, disse ter ficado abalado com a notícia, mas que não tinha detalhes do que aconteceu.

"Estou em estado de choque. Estive com ele na segunda-feira em uma cerimônia de entrega de prêmios. Não sabemos muito sobre o que aconteceu", declarou Walsh, segundo quem Gately "era um grande homem".

O Boyzone fez muito sucesso na Europa na década de 1990, quando vendeu mais singles que o Take That.

Em junho de 1999, um ano antes de o grupo se separar, Gately assumiu sua homossexualidade e que namorava Andrew Cowles, com quem se casou em 2006, em uma cerimônia em Londres.

Depois do fim do Boyzone, Gately seguiu carreira solo, emplacando três singles na lista dos 20 mais vendidos. Ele também fez várias participações em musicais de sucesso na capital britânica.

O cantor Elton John se pronunciou sobre a morte do colega, a quem se referiu como uma pessoa "doce e amável". "Eu e David (Furnish, marido de Elton) ficamos atordoados com esta tragédia. Enviamos nosso amor e condolências a seu companheiro Andy e a todos os seus amigos no mundo todo".

fonte: G1

Paradoxo do Círio de Nazaré, gays da Festa da Chiquita roubam cena nas ruas de Belém

Festa da Chiquita O visitante neófito que chega a Belém do Pará para mais uma edição do Círio de Nazaré acredita a princípio estar na cidade mais religiosa do planeta. Objeto de adoração da festa católica, Nossa Senhora de Nazaré se espalha pela cidade a cada detalhe e em cada canto, em centenas de réplicas, em faixas de saudações, nas preces difundidas pelos alto-falantes, na boca de cada um dos estimados dois milhões de fiéis que peregrinam por Belém seguindo a imagem da santa pelas diversas procissões do segundo fim de semana de outubro.

Tanta devoção precisava ter um antídoto, e tem. Espremida entre duas gigantescas procissões, na madrugada do sábado para o domingo acontece a Festa da Chiquita, celebração de diversidade sexual que lota cada esquadro da grande praça da República, bem aos pés do imponente e tradicionalíssimo Teatro da Paz. O ponto de convergência é um palco de dois andares montado de frente para a avenida Presidente Vargas, um dos pontos-chave do trajeto feito pela santa antes e depois de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, simpatizantes e alguns antipatizantes chacoalharem a praça e a avenida.

Iniciado o ciclo católico, a imagem da santa entra em Belém no sábado pela manhã, de barco, em procissão fluvial pela Baía do Guajará. Na noite do sábado, acontece a trasladação, um "Círio invertido", em que a imagem é levada pelas ruas rumo à Catedral da Sé. Na manhã do domingo, ocorre o Círio propriamente dito: da Sé de volta para a Basílica de Nazaré. Assim que a santa atravessa a Presidente Vargas, por volta das 21h de sábado, o batuque ritual pagão toma conta do palco de luzes instalado ao lado do Teatro da Paz. Quando os fiéis voltam às ruas para o Círio, na madrugada de domingo, a população LGBT ainda está festejando, numa desconcertante mistura musical que inclui sons eletrônicos de boate, o carimbó do grupo tradicional Borboletas do Mar, MPB e muito tecnobrega.

"É o amor se fazendo em carne", celebra o coordenador da Chiquita há 31 anos, Eloi Iglesias, parodiando um dos lemas oficiais do Círio. Cantor profissional, ele inicia a Chiquita cantando Cazuza do alto de uma grua (o "sputgay"), vestido num figurino branco que une motivos carnavalescos, indígenas e de drag queens. "Mãe é mãe, e o resto é vaca", ele provoca, em relação ao slogan governamental-religioso "Pará de todas as Marias. Pelo palco se revezam, ao longo da madrugada, transformistas, DJs de tecnobrega, personalidades locais vencedoras do troféu Veado de Ouro, grupos folclóricos e a paraense honorária Fafá de Belém.

A Chiquita entra em êxtase quando o som na caixa é tecnomelody, uma inventiva panaceia de brega romântico antigo, música eletrônica de boate, jovem guarda, sons caribenhos e electro dos anos 90 e 2000. Após o grito de guerra de Iglesias de que "o brega é nosso!", a massa urra em uníssono refrões de discórdia amorosa como "cabô, cabô, bobeou, dançou/ você vacilou, vai colher tudo que plantou", mas, bem à moda da indústria artesanal que se formou em torno do tecnobrega, ninguém parece saber o nome desse ou daquele autor dos hits. A cantora transformista Roberta Rocha investe numa vertente gay do tecnomelody e sacode a plateia cantando "eu quero dar, eu quero dar, eu quero dar, eu quero dar só pra você/ castanha do Pará".

Mas a mistura vai bem além do tecnobrega - o tecnopop de Lady Gaga faz sucesso nas picapes de DJs anunciados como "o fenômeno LGBT". Iglesias canta Cazuza e Roberto Carlos (este, de "Nossa Senhora" e "Jesus Cristo" a "Amor Perfeito" em versão profana, é onipresente no Círio). A transformista Magda Strass dubla Gal Costa em fase pop brega ("Sou Mais Eu") e uma versão de Claudia para "Ave Maria do Morro", sucesso ancestral de Dalva de Oliveira.

Defendendo preceitos opostos aos da Igreja Católica, a Chiquita permanece incômoda até hoje para as autoridades eclesiásticas, que não a reconhecem como integrante da extensa programação do Círio. Em contrapartida, desde 2004 a festa é reconhecida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial da cultura brasileira.

O pique de escracho percorre toda a festa, mas tem de conviver com tom de crescente politização. Iglesias e convidados explicam em detalhes o que é homofobia e discorrem sobre as dificuldades vencidas, em confrontos com evangélicos, pelas paradas gays do interior paraense, em cidades como Pirabas, Marudá e Marapari. O coordenador LGBT de uma delas divulga uma marcha ambiental que vai acontecer, pede "um país e um Pará sem racismo nem homofobia" e se emociona: "Tenho orgulho de ser negro e de ser homossexual".

Nos gramados e passarelas da praça da República, a mistura é vertiginosa. Uma faixa pregada às árvores dá o tom: "Baratão das Calcinhas saúda a Virgem de Nazaré". Skatistas de tranças rastafári acompanham shows de reggae em palco à parte. Senhoras de saias comportadas cruzam com "infiéis" de cabelo moicano. Casais heterossexuais passeiam de mãos dadas entre travestis e beijos gays de rapazes musculosos.

Iglesias se irrita com alguma violência avistada do alto do palco e puxa vaias contra os que, mesmo dentro da Chiquita, não entendem o espírito democrático da festa anticatólica (o que não significa que muitos de seus participantes não frequentem igualmente as procissões religiosas). E não suspende jamais as provocações: "Gay é que nem geladeira e fogão, toda casa tem um".

fonte: UOL

Minc participa de protesto em Caxias contra cancelamento de parada gay

ministro Carlos Minc em protesto A Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, não autorizou a realização de uma parada gay no município neste domingo (11), gerando protestos não só do público em geral como também do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que veio ao Rio para participar do evento.

O ministro afirmou que já participou de três eventos semelhantes em Caxias e que não teria havido nenhum incidente. Segundo ele, uma lei, de 2000, prevê que nenhum estabelecimento ou ente público pode discriminar pessoas em razão de sua orientação sexual.

“Soube que nos próximos dias vai haver uma manifestação religiosa aqui. Se ficar caracterizado que a prefeitura está tratando diferentemente essas entidades ele pode ser enquadrado nessa lei”, afirmou o ministro.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a parada gay não foi autorizada este ano porque, nos anos anteriores, o evento teria causado muitos problemas na região.

Em resposta à proibição, milhares de pessoas estão reunidas nesta tarde na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, no centro de Caxias, onde ocorreria o evento. Eles planejam fazer uma passeata ainda nesta tarde contra a proibição. Guardas municipais e policiais militares estão no local.

Cancelamento

A parada estava programada para começar por volta das 14h deste domingo. Segundo Cláudio Nascimento, superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, por três horas ele tentou negociar com as autoridades, sugerindo, por exemplo, diminuir o número de carros de som. Até as 17h20, no entanto, o evento continuava sem autorização.

“Isso me dá uma tristeza imensa”, disse Nascimento, ao subir em um carro de som para avisar que a parada não seria realizada.

Segundo os organizadores, a parada gay de Duque de Caxias é a segunda maior do estado – a primeira é a do Rio, realizada em Copacabana, na Zona Sul da cidade. No próximo domingo (18) uma outra parada gay está programada para ocorrer em Belford Roxo, também na Baixada Fluminense.

fonte: G1

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