quinta-feira, 23 de maio de 2013

Paraíba: Estado registra pelo menos sete crimes homofóbicos em cinco meses

Número se aproxima da média anual de 7,6 crimes dos últimos 13 anos. Estado realiza feiras com serviços para servir e conscientizar população.

Nos primeiros meses de 2013, a Paraíba registrou sete assassinatos por motivos homofóbicos, segundo dados da Delegacia Especializada contra Crimes Homofóbicos de João Pessoa. Em menos de cinco meses, este número já se aproxima da média anual de homicídios e agressões homofóbicos dos últimos 13 anos, que foi de 7,6 casos. Dados da Delegacia revelam que entre 1990 e 2013, 176 homossexuais foram agredidos e/ou mortos na Paraíba.

Uma das coordenadoras do Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria,  Adineusa Targino de Araújo, afirma que a população mais vulnerável é a de travestis, mas os números apresentados pela delegacia abrangem pessoas de todo o escopo LGBT, como gays, lésbicas e transexuais. “As pessoas ainda sentem uma vergonha muito grande, não entendem que é preciso denunciar. São precisos dados para que o poder público possa agir”, afirma.

Luciano Bezerra, do Movimento do Espírito Lilás (MEL), confirma essa ideia de subnotificação dos crimes. “As estatísticas, com certeza, são maiores. Mas nós nos baseamos no que sai na imprensa, e, em alguns casos, a família faz de tudo para que a orientação sexual da pessoa envolvida não seja divulgada. Isso acontece, principalmente, nos interiores”, informa.

Como parte da comemoração ao Dia Estadual de Enfrentamento à Homofobia na Paraíba, celebrado no dia 17 de maio, e ao Dia do Orgulho LGBT, em 28 de junho, a gerência de Direitos Sexuais e LGBT do Estado tem realizado eventos com o intuito de informar a população sobre a violência sofrida pela comunidade LGBT. Para a gerente de Direitos Sexuais e LGBT do Estado, Roberta Schultz, a proposta de eventos é oferecer acesso aos serviços de cidadania e saúde e divulgar a campanha estadual intitulada 'Tire o Respeito do Armário'. 

A antropóloga do Grupo Maria Quitéria, Jainara Oliveira, classifica essas ações de combate à discriminação como cruciais. "A campanha funciona como um importante instrumento de denúncia e tem se consolidado como uma estratégia de divulgação e enfrentamento da homofobia, principalmente nas redes sociais, proporcionando o debate na sociedade pelo fim da homofobia", conclui.

Dentro da programação, que já passou por João Pessoa, feira da Cidadania LGBT vai oferecer uma série de serviços e orientações e será realizada em Campina Grande, no dia 31 de maio, e em Rio Tinto, no dia 6 de junho. O evento tem apoio da Defensoria Pública, Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, Secretaria do Desenvolvimento Humano, Senac, Movimento LGBT e Secretaria de Saúde da Paraíba.

fonte: G1

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