quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mato Grosso: Usuários de drogas são alvo de tortura e homofobia em casas de internação

Duas mulheres jovens e usuárias de drogas se apaixonaram depois que passaram a morar juntas, no mesmo quarto, na instituição Lar Cristão, em Cuiabá, Mato Grosso, que oferece reabilitação para dependentes químicos.Quando a direção descobriu o romance, as duas foram separadas e a doutrina religiosa vigente no local ensinou para elas que a homossexualidade é errada.

A perseguição a homossexuais e a imposição para que eles mudem a orientação sexual é apenas um dos exemplos dos crimes contra os direitos humanos praticados em 68 instituições do país que oferecem assistência para usuários de drogas distribuídas em 24 estados. A conclusão é do Relatório da 4a. Inspeção Nacional de Direitos Humanos: locais de internação para usuários de drogas.

O levantamento realizado por iniciativa da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia identificou, nessas instituições, casos de humilhação, castigos, imposição de seguir determinada religião e até tortura como os casos em que internos eram enterrados ficando apenas com a cabeça do lado de fora. A maioria dessas instituições estão ligadas à igrejas, principalmente evangélicas, e tem como objetivo a imposição do credo nos internos.

Quando os usuários são homossexuais eles passam por situações ainda mais violentas sendo comum ficarem isolados e serem obrigados a seguir normas religiosas para que "se curem" da sexualidade diferente.

As equipes identificaram casos em que portadores do HIV não recebem a medicação, nem os cuidados adequados. É o que acontece na Clínica Terapêutica Divina Misericórdia, na cidade de Marechal Deodoro, interior de Alagoas. Em outra instituição, dessa vez no Amazonas, um homossexual abandonou o tratamento no Projeto Vida por pura pressão do pastor.

Na Associação Beneficente Metamorfose, em Goiânia, os usuários com orientação sexual diferente são estimulados a ser "libertados" para que "saiam" da homossexualidade para se tornar heterossexuais. O que também choca é que essas instituições são financiadas pelo dinheiro do cidadão por meio de convênios firmados com Secretarias de Saúde dos municípios ou do estado e ainda com o Ministério da Saúde.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT – pediu providências imediatas sobre esses casos ao procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Virgílio Veiga Rios. A entidade quer o cumprimento da Portaria 1820 de 2009 que estabelece o direito ao atendimento humanizado e acolhedor para toda pessoa.

fonte: Toda Forma de Amor

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