segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pesquisa indica maior incidência de gays entre sobreviventes de câncer

Um estudo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos, revelou uma incidência maior de homens homossexuais que relataram terem sobrevivido a algum tipo de câncer do que os heterossexuais. O resultado sugere que este grupo pode precisar de intervenções orientadas para prevenir a doença, afirmam especialistas, embora ainda seja necessário realizar outras pesquisas para responder outras questões.

Por exemplo, homens gays são mais propensos a desenvolver câncer do que os heteros? Ou eles têm maior probabilidade de sobreviver quando descobrem a doença?

- A falta de dados concretos sobre como a orientação sexual afeta o risco de câncer é um dos maiores problemas que temos - disse Liz Margolies, diretora executiva da Rede de Câncer LGBT. - É importante que tenhamos essas informações para financiar e planejar programas - completou ela, que não participou do estudo.

Na tentativa de diminuir a carência de dados deste tipo, os cientistas analisaram as respostas coletadas ao longo de três anos pela Pesquisa de Saúde da Califórnia, que incluiu mais de 120 mil adultos vivendo no estado.

Entre outras questões, os participantes foram perguntados se já haviam sido diagnosticados com câncer e se se identificavam como gays, lésbicas, bissexuais ou heterossexuais. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira na revista especializada "Cancer".

Entre os 51 mil homens, aproximadamente 3700 disseram já terem sido diagnosticados com câncer na vida adulta. Cerca de 8% dos gays relataram histórico de câncer, enquanto 5% dos heterossexuais viveram o problema. A disparidade não pode ser atribuída a diferenças de raça, idade ou renda entre homens gays e heterossexuais.

Cerca de 7300 das 71 mil mulheres que participaram da pesquisa foram diagnosticadas com câncer, mas taxas da doença em geral não diferem entre lésbicas, bissexuais e heterossexuais. No entanto, entre as que haviam sobrevivido a câncer, lésbicas e bissexuais somaram mais resposta que remetem a condições de saúde piores do que as heteros.

Urke Boehmer, coordenador do estudo, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, afirmou que taxas mais altas do vírus do HIV podem estar relacionadas ao aumentou do risco de câncer em homens gays, mas a pesquisa não pôde responder esta questão especificamente.

Para Liz Margolie, outros fatores também são importantes:

- Um grupo de gays tem um monte de fatores de risco.

Por exemplo, gays e lésbicas costumam fumar mais e abusar mais do álcool do que os heteros. Eles também são mais propensos a passar mais tempo sem ir a médicos ou realizar exames. Isso acontece, muitas vezes, porque nem todos os profissionais da saúde são tolerantes com suas identidades, diz ela.

- Não acho que vamos ter pessoas realizando exames periódicos ou indo a médicos, exceto em casos de emergência, até que elas tenham certeza de que serão bem recebidas.

Na opinião dos dois profissionais, gays, lésbicas e bissexuais precisam de mais atenção dos profissionais e instituições de saúde, especialmente quando se trata de riscos de câncer.

- Diante dos resultados, precisamos desenvolver, principalmente, programas para gays que foquem na prevenção primária e detecção precoce do câncer - afirmou Boehmer.

fonte: Extra Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...