quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Escola pública do Maranhão faz teste de HIV sem consultar os pais

O governo do Maranhão começou a fazer testes de diagnóstico rápido de HIV em alunos do ensino médio, a partir de 15 anos, de escolas públicas de São Luís, sem pedir autorização aos pais. Os exames são feitos no horário letivo e o resultado, entregue na própria escola, diretamente ao jovem, em 15 minutos. A medida é criticada por excluir os pais do processo e dar margem para a exposição do estudante.

A realização do teste é opcional. Os pais, além de não precisarem dar autorização, não são comunicados do resultado. Em três dias de campanha, iniciada na sexta-feira passada, foram feitos 299 testes. Nenhum deles teve resultado positivo.

A coordenadora do Programa de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde, Osvaldina Silva da Mota, afirmou que campanha atinge cinco escolas. Os testes são feitos por técnicos da secretaria a partir de uma amostra de sangue colhida na hora. O resultado, segundo ela, é entregue individualmente por profissionais treinados do Centro de Testagem e Acompanhamento (CTA) de São Luís. Os alunos são orientados a não revelar o resultado aos colegas para evitar eventuais constrangimentos.

“Caso o teste dê positivo, o que ainda não aconteceu, o aluno é aconselhado a contar para a família. Não temos como contar para a família. Temos de trabalhar o adolescente para que ele fale”, disse Osvaldina. Para ela, o fato de os pais não precisarem autorizar facilita a realização do teste de HIV. “Existem pais que acham que a menina não teve ainda relação sexual, embora ela já tenha há muito tempo”, ponderou.

Raimundo Barros Ribeiro, diretor do Centro de Ensino Dayse Galvão, onde foram feitos 96 testes de HIV anteontem, disse que a experiência foi “muito positiva” e que não houve reclamações dos pais e dos alunos.

Na opinião de Genaro Ferreiro de Lima, do Conselho Tutelar de São Paulo, “os adolescentes precisam, sim, ser representados pelo pai ou pela mãe em se tratando de educação e saúde”.

Para Airton Ferreira da Silva, coordenador da Grupo Gaivota, ONG que defende dos direitos humanos de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT), os testes nas escolas “devem ser feitos com muito cuidado para que não deixe o adolescente exposto ao estigma e ao preconceito”.

fonte: JC Online

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