Duas universitárias se tornaram as primeiras no Chile a fazer uso da lei antihomofobia, promulgada no dia 12 de julho e batizada como "Lei Zamudio", em homenagem a Daniel Zamudio, um jovem homossexual de 24 anos, que morreu em março vítima de um ataque homofóbico. Pamela Zapata e Carla de la Fuente entraram com uma ação contra o Motel "Marin 014", localizado no bairro Providencia, que lhes negou acesso por serem lésbicas.
"Nós vivemos uma situação muito indigna e dolorosa. Eles nos fizeram sentir como se fossemos criminosas, como seres humanos de segunda classe", disse Pamela. As jovens relatam que no último sábado, 28 de julho, chegaram ao motel e desde o início receberam um tratamento discriminatório.
"Fomos levadas para uma área adjacente à recepção oficial e vimos que um casal heterossexual entrava em um privado, então fomos informadas que não havia quartos. Em seguida veio um segundo casal heterossexual, que também passou sem problemas. Este casal tentou dar preferência para nós, já que chagamos primeiro, mas eles disseram que não, que o casal havia chegado antes. Finalmente, um segurança veio nos dizer que era política da empresa não aceitar casais do mesmo sexo e pediu que procurássemos outro lugar. Nós nos sentimos muito mal, muito humilhadas", disse Carla.
As estudantes estão sendo apoiadas pelo Movimento de Integração e Libertação Homossexual (MOVILH). Sobre a questão o presidente do grupo, Rolando Jiménez, disse: "essa discriminação é insólita, porque consagra uma forma de amor apenas por preconceito e ignorância. Temos recebido muitas queixas de casais que têm situações semelhantes em motéis, de modo que já exigimos que estes recintos acabem com estas práticas discriminatórias. Caso contrário, continuaremos usando a Lei Zamudio ".
Jiménez também elogiou e aplaudiu "a coragem destas jovens, que estrearam o uso da Lei Zamudio fazendo história na luta contra a discriminação. A partir de hoje a Lei Zamudio começa a operar e se põe a prova, e esperamos que os tribunais façam sua parte auxiliando as vítimas e não os agressores". Com base na lei, o advogado do casal deve pedir o pagamento de uma multa.
fonte: MixBrasil
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