quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pela primeira vez os gays não são marginais, afirma diretor de Elvis e Madona

Elvis e Madona 2Elvis e Madona foi premiado no Festival de Natal, exibido na Mostra de Tiradentes e elogiado em Gramado. Mas, sempre tem aquele gostinho especial quando um filme é exibido onde foi rodado, ainda mais quando fica claro o cenário para o espectador: Copacabana.

A comédia sobre a paixão de uma travesti, Madona (Igor Cotrim, de A Fazenda), por uma lésbica, Elvis (Simone Spoladore, de Insolação), terá sua exibição de gala na noite desta segunda-feira (27/09) no Festival do Rio. “Mesmo o filme tendo circulado bastante em festivais internacionais, esta exibição é muito especial”, afirma diretor Marcelo Laffitte ao Cineclick.

Estreante na direção de um longa-metragem, Laffite tem expectativas para a exibição de hoje. “Primeiro, pela grandeza e importância que o festival tem, e segundo por ser o Rio a cidade onde vivo e onde o filme nasceu. O terceiro motivo da expectativa, e que me dá aquele frio na barriga, é que cada público é diferente e eu estou muito ansioso para saber qual será a reação do carioca”.

Por onde o filme passou, até mesmo em Oslo, Noruega, cuja paisagem é bem diferente dos tipos de Copacabana, Elvis e Madona tem colecionado recepções calorosas. Mesmo que, à priori, essa inusitada história de amor, conduzida com um humor repleto de traços de Almodóvar, pudesse afastar o espectador.

Para Laffitte, a explicação para as recepções favoráveis ao filme é a identificação com o espectador. “É uma história de amor e de realizações de sonhos, e isto é universal. Todo mundo se apaixona, ama e sofre por amor; todo mundo tem projetos de vida que luta para realizar”. No filme, Elvira, ou Elvis, tenta ganhar a vida como fotógrafa, mas precisa fazer bicos como motogirl. Já Adailton, ou Madona, sobrevive como cabeleireira, mas sonha em fazer um grande show num teatro carioca.

Puxando a sardinha para seu lado, o diretor diz que “pela primeira vez no cinema brasileiro, os personagens que sempre foram mostrados como marginais, estão inseridos socialmente e vivem uma história como a de qualquer outro ser humano”.

Além de servir como locação, Copacabana é personagem fundamental para o desenvolvimento de Elvis e Madona. Será que o filme poderia se passar em outro lugar? “Não sei. Já fui sondado por um produtor de Los Angeles se poderia haver um remake nos EUA, e é claro que eu disse que sim. Mas ficamos pensando, sem chegar a nenhuma conclusão, em qual cidade norte-americana poderia ambientar esta história”.

Laffitte justifica o porquê da ambientação carioca. “Copacabana é o bairro mais plural do mundo, pois lá vivem pessoas vindas de todos os países do mundo e de todos os estados brasileiros. Ao mesmo tempo que é cosmopolita e fervilha 24 horas por dia, Copacabana é provinciana. Esta diversidade está no filme e na alma dos personagens. Se o cenário fosse outro, com certeza os temperos culturais seriam outros e haveria outro sabor”.

Elvis e Madona estreia nos cinemas em janeiro de 2011. “Pois é, foram 10 anos de trabalho desde a concepção da ideia até a primeira cópia 35mm”, lembra o diretor. Quem não estiver no Rio de Janeiro acompanhando o festival ainda terá de esperar mais um pouquinho para gargalhar com o filme.

fonte: CineClick

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