Vereador diz em plenário que governo municipal criou 'categoria especial de pessoas' e reclama de criação de posto turístico
Líder do partido do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na Câmara, o vereador Carlos Apolinário reagiu ontem contra a criação da primeira central de informações turísticas para o público GLS do País. O órgão será aberto pela Prefeitura na Rua Frei Caneca, reduto gay na capital. Apolinário disse em plenário, com transmissão ao vivo pela TV Câmara, que o governo municipal transformou os gays em "uma categoria especial de pessoas".
O parlamentar diz que o casarão no número 1.057 da Frei Caneca, o endereço que a Prefeitura pretende transformar no principal ponto de referência da cidade para se obter sugestões sobre bares, lojas e restaurantes especializados no público gay, também deveria informar os outros setores da sociedade.
"Não deveria ter um espaço exclusivo para gays. Tinha de ser para todos, para qualquer atividade, seja umbandista, evangélico, gay ou lésbica", argumentou Apolinário, que é líder da bancada evangélica. "Respeito os seres humanos que são gays. Agora, a Prefeitura destinar meia página do Diário Oficial, se glorificando por estar montando um espaço para dar endereço onde os gays podem se divertir, e não para os outros, é o que eu questiono."
Crachá. No seu ataque contra as iniciativas favoráveis aos gays tomadas pelo atual governo, Apolinário cita uma portaria do prefeito, de 14 de janeiro, que autorizou os órgãos da Prefeitura a incluir nos crachás, prontuários, fichas escolares e formulários dos servidores e funcionários terceirizados seus nomes usados como homossexuais, travestis ou transexuais. Dessa forma, quem é travesti pode usar o nome adotado, e não o original.
"Do jeito que as coisas estão indo, logo alguém vai apresentar um projeto transformando São Paulo na capital gay do País", completou Apolinário.
Apesar de o plenário estar lotado no momento do discurso, com 47 dos 55 vereadores, não houve fala de contraponto ou a favor do vereador. Procurado para comentar as declarações de seu aliado, Kassab preferiu não se manifestar.
Respeito. Para o líder do governo, José Police Neto (PSDB), a criação da central turística é uma iniciativa da sociedade que contou com o respeito do Poder Público. "O prefeito quis mostrar respeito e colocou uma empresa, a SPTuris, para intermediar a viabilização da central. Não vejo problema."
Presidente da organização da Parada Gay, Alexandre Santos vê homofobia na reação do vereador do DEM. "Nós não queremos direitos diferentes de ninguém. Independentemente de partido, o governo municipal tem reconhecido nossas demandas e isso é um aspecto positivo que alguém homofóbico não consegue enxergar", afirmou.
fonte: Estadao.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário