Cartaz com beijo gay teria sido vetado
Um cartaz que serviria para divulgar um seminário sobre inclusão social e que trazia uma ilustração com um beijo gay entre duas mulheres provocou o cancelamento do evento e a demissão da coordenadora do curso de serviço social.
O caso aconteceu numa faculdade particular da cidade de Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais. Além das imagens, o material traz a frase: "Fortalecer as Lutas Sociais para Romper com a Desigualdade".
Além da imagem de homossexuais, o cartaz também tem ilustrações ainda de índios e negros. De acordo com estudantes, o material é semelhante a capa da agenda do Conselho Nacional de Serviço Social.
A Faculdade de Minas, a Faminas, teria exigido a retirada das ilustrações.
"É um cartaz onde tem vários seguimentos da sociedade brasileira que são excluídos. E a faculdade mais do que nunca, ela precisa contribuir para defesa intransigente dos direitos humanos" disse à Globo Minas, o estudante de Serviço Social Vinícius Ventura.
A faculdade acabou imprimindo novamente o cartaz sem as imagens. A direção disse que a ex-coordenadora do curso de Serviço Social apenas sugeriu o lay out que não correspondia às regras já previstas para a publicação desse tipo de material.
"A faculdade ela não tem nenhuma preocupação, nenhum preconceito. Nós apenas temos normas internas de divulgação e procuramos, dentro da parte de comunicação, da parte de publicidade, "tá" divulgando aquilo que causasse impacto de leitura" informou o procurador da Faminas Eduardo Goulart Gomes.
"Então, diante da recusa da instituição em autorizar a utilização dessa imagem, baseada no meu código de ética, nos princípios que constam no nosso projeto ético político, que a profissão de Serviço Social tem, eu optei por cancelar o evento e informar aos alunos e palestrantes o motivo desse cancelamento" explicou a ex-coordenadora do curso Viviane Pereira.
"Um dos nossos preceitos é a eliminação de toda forma de preconceito e o respeito à diversidade. Então, ela está respaldada pelo código de ética profissional" ressaltou Marina Castro do Conselho Regional de Serviço Social.
O Movimento Gay de Minas planeja denunciar a instituição ao Ministério da Educação.
"Apesar de permitir que o tema seja abordado intra-muros, ela não permite a associação da imagem à questão de combate à homofobia. Isso é um contra censo e nós vamos questionar isso" afirmou o presidente do Movimento Marco Trajano.
fonte: Toda Forma de Amor
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