Paquera, beijo e namoro no meio da rua
No Tarot, o número 13 é a carta da morte, para os judeus significa destino. Para outros é número de azar. No Carnaval de Olinda, o número 13 significa literalmente GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). É na rua 13 de maio que ferve o Carnaval da diversidade.
A tradição vem de longe. A cada carnaval gays, lésbicas e simpatizantes se concentram ao longo da Rua 13 de Maio para paquerar, namorar, brincar o Carnaval e beijar muito.
A partir das 17 horas começa a grande movimentação. O espaço reúne todas as faces do mundo gay. Dos emos gays afetados com calças que parecem costuradas no corpo aos sarados tipo "macho" usando apenas bermuda de surfista.
No início da 13, quase esquina dos Quatro Cantos, é a concentração dos mais afeminados. Magrinhos, de óculos, penteados ao gel e com calças coladas no corpo, eles rebolam, trocam beijinhos, ficam de mãos dadas com as lésbicas e retocam a maquiagem.
O espaço central da rua fica para os menos afetados de camisetas tipo regata, calça jeans ou bermuda xadrez com sandálias de couro. É o território do namoro, dos beijos intensos na boca, da paquera por quem passa. E quem passa não passa despercebido.
Até quando os policiais militares passam em suas motos poderosas tem uma turma que grita. Um dos policiais fica rindo. Outros homens ao lado das namoradas também acham graça daquilo tudo ao virarem alvo de todos os olhares.
Os comentários são diretos: "que cara é esse", "eu casava agora com ele", "mulher de sorte essa (sobre a namorada do rapaz)". Os héteros parecem adorar aqueles elogios. Alguns fazem carão, agarram mais a namorada e passam. Quando um sarado "hétero" parece fácil pode apostar que é garoto de programa.
Já perto do final da rua estão os mais comportados e também os mais bonitos. Eles se concentram em turmas de amigos. Gente da academia de ginástica por exemplo. Eles até beijam, mas selecionam bem antes de cair de língua. Usam óculos modernos, bermudas com vários bolsos, tênis caros ou sandálias de couro. Alguns exibem o namorado do lado no maior ciúme.
Não tem som eletrônico, nem música de carnaval. O que se houve na 13 de maior são as vozes dos foliões. Elas só saem de cena quando passa uma orquestra de frevo ou um maracatu. Afinal, a 13 de Maio pode ser o território GLS, mas nada ofusca os ritmos e a cultura do Carnaval de Olinda.
fonte: Toda Forma de Amor
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