O prefeito de Moscou, Yuri Luzhkov, chamou hoje as paradas gays de "ato satânico" e voltou a se opor a realização deste tipo de evento na capital russa.
"Há anos que Moscou é alvo de uma pressão sem precedentes para receber uma parada gay, algo que só pode ser chamado de 'ato satânico'. Mas não aprovamos, nem aprovaremos mais adiante tais desfiles", declarou Luzhkov durante a abertura de um evento da Igreja Ortodoxa em Moscou.
"Faz tempo que chegou a hora de acabar" com algumas "marcas da sociedade" com todo "o peso e a justiça da lei, em vez de falar de direitos humanos", disse o prefeito, citado pela agência "Interfax".
Apesar de tais palavras, integrantes de movimentos que representam homossexuais confirmaram sua intenção de realizar uma parada gay em Moscou no dia 29 de maio.
"Não temos intenção de desistir de nossos planos. No dia 29 de maio realizaremos em Moscou a quinta ação de orgulho gay desde 2006", declarou Nikolai Alexeyev, organizador desse evento na capital russa.
Segundo Alexeyev, as palavras do prefeito "não surpreendem, já que Yuri Luzhkov diz o mesmo ao longo dos últimos cinco anos".
"No entanto, o ponto final em relação à realização de uma parada do orgulho gay na Rússia vai ser dado pelo Tribunal Europeu (de Direitos Humanos), que deu à Rússia o dia 20 de fevereiro como prazo para argumentar sua proibição de nossas três ações prévias", lembrou.
Alexeyev se mostrou convencido de que o tribunal "reconhecerá as paradas do orgulho gay como legais".
No ano passado, o prefeito de Moscou assegurou que não autorizaria a realização de uma parada gay na cidade alegando que "nossa sociedade é moralmente saudável" e riscos de ataques de ultranacionalistas.
A primeira parada gay da história da Rússia, que não foi autorizada pela Prefeitura de Moscou, ocorreu em maio de 2006 e acabou em uma batalha campal na qual homossexuais foram agredidos por nacionalistas, por fundamentalistas ortodoxos e pela Polícia.
A parada gay realizada em maio do ano passado por causa do festival Eurovision em Moscou terminou com a detenção de mais de 80 ativistas.
fonte: G1
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