O presidente da comunidade islâmica de Lisboa, Abdul Vakil, afirmou neste domingo que, apesar de sua religião não admitir casamentos homossexuais, enquanto cidadão respeita lésbicas e homossexuais, bem como a lei que autoriza a união de pessoas do mesmo sexo.
"Eu não estou a dizer que condeno os homossexuais, mas sim que a religião islâmica não admite a homossexualidade. Mas eu respeito o cidadão homossexual enquanto indivíduo", disse à Agência o religioso, após a conferência "Definição do Islã", que aconteceu na Amadora.
"A minha religião não admite casamentos homossexuais ou lésbicos, são valores abraâmicos, casamentos são sempre entre pessoas de sexos diferentes, mas lei é lei e se eles [Governo] querem passar a lei, passam com certeza, mas nós, os muçulmanos, não acreditamos em casamentos homossexuais".
Apesar de admitir que respeitará a lei - caso esta venha a ser aprovada -, Vakil afirmou que ainda não pensou "muito nisso", mas ressaltou que considera importante uma tomada de posição conjunta das várias religiões.
"Julgo que deveríamos nos reunir com os abraâmicos, com os judeus e cristãos e ver se fazemos chegar a nossa voz, de uma forma ordenada - não vamos fazer manifestações -, mas fazendo chegar essa nossa opinião junto do governo de uma forma concertada com outras religiões", disse.
Na quinta-feira, o governo aprovou em Conselho de Ministros a proposta de lei sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.
A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma questão que une a esquerda parlamentar, mas o consenso acaba perante a possibilidade de a maioria do Partido Socialista (PS) impedir a possibilidade de adoção.
Quanto à possibilidade de casais homossexuais adotarem, o Bloco de Esqueda (BE) é favorável, o Partido Ecologista "Os Verdes" quer abrir caminho à discussão, mas admite que a lei não inclua a questão agora, e o Partido Comunista Português (PCP) mantém as reservas que tinha na legislatura anterior.
Contra a legalização dos casamentos entre homossexuais e contra a possibilidade de adoção, Partido Social Democrata e Centro Democrático e Social/Partido Popular (CDS-PP) já sugeriram a criação de um instituto jurídico diferente que estenda aos casais do mesmo sexo alguns dos direitos e deveres derivados da figura do casamento.
fonte: UOL
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