quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Crescem nos EUA pedidos de asilo por medo de violência contra gays

Estatua da Liberdade, simbolo maximo americano Grupos dedicados a ajudar imigrantes com medo de sofrer violência devido à orientação sexual afirmam que o número de pessoas em busca de asilo nos Estados Unidos aumentou nos últimos anos, segundo uma reportagem da revista americana "Newsweek". Esta percepção cresce mesmo os EUA sendo um dos países menos simpático aos gays entre as nações desenvolvidas.

A principal origem desses imigrantes é o Caribe - particularmente a Jamaica, onde há vasta documentação sobre violência contra a comunidade LGBT, de acordo com a ONG Nationalities Service Center, que atua na região da Filadélfia. No entanto, também há caso de brasileiros que procuram por asilo por se sentirem ameaçados no país.

A revista conta o caso de "Luiz", que foi atacado por ser homossexual por homens armados após sair de uma danceteria no Rio de Janeiro. Os agressores o espancaram, apontaram uma arma para sua cabeça e fizeram roleta russa. Ele chegou inconsciente ao hospital e levou 21 pontos na cabeça. O ataque desencadeou uma espécie de paralisia facial, que afeta o lado esquerdo do rosto de Luiz. Hoje, o brasileiro vive em Nova York, onde trabalha como "au pair", e não esconde o fato de ser gay.

Os advogados de Luiz conseguiram ganhar o pedido de asilo com uma série de reportagens e notícias sobre ataques a homossexuais e transexuais no Brasil, e testemunhos de amigos que garantiram sua orientação sexual e falaram sobre os pesadelos que ele sofria após o ataque no Rio. Este tipo de documentação, junto com relatórios policiais e boletins médicos, é o necessário para entrar com o pedido junto à imigração americana. No entanto, entidades que defendem uma redução na concessão de vistos permanentes apontam que as baixas exigências facilitam a ocorrência de fraudes - principalmente porque é difícil provar que um imigrante não é realmente homossexual.

Segundo a "Newsweek", seis russos foram presos em fevereiro por orientar mais de 380 imigrantes a pedir asilo por denúncias falsas de intolerância religiosa ou perseguição devido à orientação sexual em seus países de origem. A quadrilha cobrava entre US$ 8.000 e US$ 12 mil por documentos e relatos falsos, e pouquíssimos destes imigrantes de fato conseguiram asilo.

No ano passado, os Estados Unidos receberam 49 mil pedidos de asilo de pessoas com medo de perseguição por raça, religião, nacionalidade, "grupo social" ou posição política em seus países de origem. Destes, 23.930 conseguiram asilo, segundo informação do serviço de imigração americano.

O escopo da categoria "grupo social" foi ampliada em 1994 para incluir cidadãos estrangeiros que temem perseguição devido à orientação sexual.

"Há duas formas de olhar para o problema: você pode garantir que todos que se qualificam consigam asilo mesmo que um monte de mentirosos não sejam pegos, ou você pode arriscar não conceder asilo a algumas pessoas com pedidos legítimos e reduzir as fraudes", disse à revista Mark Krikorian, diretor executivo do Center for Immigration Studies, uma instituição que defende uma diminuição no número de imigrantes que entram nos EUA.

"[A política atual diz que] tudo bem se há muita fraude, desde que todo pedido legítimo seja atendido", concluiu.

fonte: UOL

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