A atriz global Carolina Ferraz, que se prepara para viver no cinema uma travesti, será madrinha do 16º Entlaids, o evento mais importante das travestis militantes.
O Encontro Nacional de Travestis e Transexuais tem início no próximo domingo (6), no hotel Golden Park, e vai até o dia 11/12. O estilista carioca Carlos Tufvesson, "batizado militante na pia da Astra-Rio (Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, que organiza essa edição do evento)", também será padrinho.
Cerca de duzentas ativistas travestis e transexuais participarão da maratona de atividades que incluem mesas de debates, oficinas de cidadania (elaboração de projetos, advocacy e organização institucional) e rodas de conversa, e projeção de vídeos.
Com o tema "Muito prazer, eu existo!", a ideia do encontro é formar uma discussão identitária. Durante o evento, deliberativo, elas construirão o conceito do que é ser travesti e transexual e de como querem ser vistas.
O Governador fluminense Sérgio Cabral, e o prefeito carioca Eduardo Paes, marcarão presença no evento.
Durante o encontro será apresentada uma proposta de se ter um processo travestilizador para o Sistema Único de Saúde. Atualmente, o SUS já realiza um processo transexualizador, que consiste em administração de hormônios antes da cirurgia, acompanhamento anual das taxas hormonais e acompanhamento por equipe multidisciplinar por dois anos antes e após a cirurgia de transgenitalização.
A proposta prevê ações como terapia com hormônios. Segundo as travestis, isso reduziria o uso de silicone líquido, utilizado para modelar o corpo, diminuindo, também, o risco de morte pelo uso da substância. O evento também pretende discutir o aumento do número de cirurgias de adequação sexual, e o acesso de homens transexuais às políticas de saúde, que não são contemplados atualmente pelo SUS.
Para a presidente da Astra-Rio, Majorie Marchi o encontro representa "um importante momento de protagonismo para nós, justamente porque temos urgência em debater temas como trabalho, educação, segurança, renda, emprego, gênero e saúde".
"No Brasil, há poucas políticas que atendam as demandas da nossa realidade porque nossos governantes se baseiam em estudos internacionais que não condizem com que nós TTs vivenciamos no dia-a-dia em nosso país", conclui.
O evento conta com o patrocínio do Governo Federal (através do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos/PR); do Governo do Estado do Rio de Janeiro (através da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e da Secretaria de Saúde e Defesa Civil); da Prefeitura do Rio (através das Secretarias de Turismo, Saúde e Assistência Social); e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU); além do apoio da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e da PACT Brasil.
fonte: A Capa
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