quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Três homens questionam o termo "gay" como categoria única em peça de teatro

imagem de divulgação Depois de uma temporada em São Paulo, que durou até julho deste ano, Tanto está de volta ao palcos da cidade, só que desta vez no Teatro Centro da Terra, no bairro do Sumaré.

Havia um tempo em que a categoria "gay" remetia a homens cuja atração afetivo-sexual voltava-se para outros do mesmo sexo. Em torno disso, forjaram-se identidades, estilos de vida, estereótipos. Encaixar-se neles tornou-se quase obrigação para quem deseja para si o aconchego de um namorado ou até mesmo um amante ocasional.

Tanto, peça escrita e dirigida por João Fábio Cabral, revela o que está por trás dessas imagens e mostra que, além da fantasia, há dor e esperança, ambas demasiadamente humanas. No palco, três homens muito diferentes entre si revelam, cada um com seus traços particulares, a precariedade de se pensar em "gay" como uma categoria única.

Ainda que haja interlocução entre os três, trata-se sobretudo de monólogos – afinal, falamos sozinhos a maior parte do tempo, ainda que teimemos em acreditar que somos ouvidos e ouvimos. Artur (Fábio Rhoden, lindo) é um garoto de programa. José (Gustavo Haddad) elabora o luto do fim de um namoro. Antonio (Guilherme Gonzalez) é seu engraçado vizinho, fã de Elis Regina.

Ainda que Antonio simule alegria, escapam aqui e ali elementos que revelam sua solidão – tema caro a João Fábio, sobretudo aquela sentida entre os edifícios da metrópole. Mas se a solidão é o denominador comum dos habitantes da cidade, como lidam com ela José e Artur? Trocando de parceiros mais de uma vez por noite, será que o garoto de programa se sente sozinho?

Merecidamente, a peça teve boa recepção entre a crítica especializada, fruto de um trabalho sério e ético do autor e diretor e da dedicação dos três atores e da equipe, que desde o início acreditaram nesse projeto.

fonte: G Online

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