O Brasil emplacou mais uma top model no circuito da alta moda. Considerada um dos rostos do momento, Lea T. estrelou a última campanha da Givenchy, grife para a qual desfilou neste mês em Paris, durante a semana da Alta-Costura, o evento fashion mais exclusivo do mundo.
A modelo acaba de ganhar reportagens na "Vanity Fair" e na edição francesa da "Vogue", esta última encomendada pela poderosa editora da revista, Carine Roitfeld.
No entanto, existe uma diferença entre Lea T. e outras beldades brasileiras que chegaram ao topo da moda. Lea nasceu menino. Foi batizada como Leandro, um dos filhos de Toninho Cerezo, ex-craque do Atlético Mineiro e que, atualmente, é treinador do Sport. Nos anos 1980, o esportista fez carreira na Itália, onde a nova top cresceu e vive até hoje.
Para seu perfil na "Vogue", Lea posou nua, mostrando seus novos seios e parte da porção mais incômoda de sua anatomia, que logo não existirá mais --ela fará uma operação para mudar de sexo. Aplaudida e festejada por muitos, Lea foi também alvo de ataques ferozes na web.
Sinal de que, mesmo num mundo onde milhões comem alimentos transgênicos e vivem com corações e rostos transplantados, seios e bumbuns de plástico, cabelos e dentes postiços, hímens reconstituídos e músculos artificialmente paralisados, a transformação de um pênis em vagina ainda representa uma barreira. Trata-se de uma discussão que envolve tabus sociais, psicológicos, sexuais e morais.
Por outro lado, Lea e seu "new look" são objeto de desejo para milhares de garotos que não só gostariam de ganhar um corpo de mulher mas também de cobri-lo com os mais preciosos artefatos de moda. Polêmicas à parte, no mundinho fashion, todos os caminhos levam ao consumo.
fonte: Folha.com
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