Resultados de ações do Governo Federal pró-LGBT foram apresentados em Curitiba
A tarde desta quinta-feira, 28, da programação da V Conferência ILGA-LAC, em Curitiba, foi de apresentação de resultados dos planos do Governo Federal desenvolvidos para a população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e mulheres. O principal foco continua sendo a área da Saúde com a luta contra a epidemia de HIV/Aids entre os LGBT, principalmente os homens que fazem sexo com homens (HSH), mas as mulheres também ganham atenção.
Durante o grupo de trabalho “Políticas Públicas LGBT no Brasil”, os responsáveis pelos programas apresentaram os resultados de seus projetos e reforçaram a ideia de cada vez mais fazer o movimento dialogar com o Governo Federal também em outras áreas, tirando o estigma da AIDS. Além disso, observaram também os avanços conseguidos com essas ações e divulgaram o trabalho governamental para os participantes do congresso, que reúne cerca de 400 militantes de toda a América Latina e Caribe.
“Temos que reconhecer que somos diferentes e estas diferenças constantemente nos trazem desigualdades no atendimento do serviço de saúde. É preciso que o ministério assuma que isso existe”, ressaltou Simioni Silva, representante da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa que apresentou o Plano nacional de Saúde Integrada de LGBT no Brasil. Ela observou ainda que um dos principais objetivos em 2010 vai ser continuar a evolução no serviço prestado buscando uma cooperação intersetorial dentro do Ministério da Saúde – o objetivo é produzir conhecimento sobre o tema para otimizar o serviço.
A preocupação é diminuir urgentemente as estatísticas de contágio apresentadas por Oswaldo Braga, presidente da Associação Brasileira de Gays (Abragay), nos resultados do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e DST entre Gays, HSH e Travestis do Ministério da Saúde. “A epidemia de Aids no Brasil está com um crescimento médio de 35 mil novos casos ao ano”, enumera Oswaldo, completando ainda que uma das principais preocupações do Ministério e com relação aos jovens. Isso porque segundo os dados do Plano, 630 mil pessoas entre 15 e 49 anos vivem com HIV AIDS no Brasil.
Outra preocupação do órgão federal é o crescimento de casos de HIV em mulheres. Elas são o foco do Programa Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST, apresentado pela militante transexual feminista Barbara Graner. Segundo ela, o Brasil tinha até junho de 2008 pelo menos 164.293 casos de mulheres infectadas pelo HIV. “A epidemia de Aids é concentrada nos HSH, mas o governo hoje tem cada vez mais a sensibilidade de perceber esta realidade junto às mulheres e trazer ações de enfrentamento dela.”
Para se ter uma noção do crescimento, ela apresentou um gráfico onde mostrava que em 1983 a incidência da Aids entre mulheres era de apenas um caso para cada 40 entre os homens, contra 1.8 para cada um masculino em 2009, ou seja, mais mulheres soropositivas. Barbara destacou ainda que esse salto no grupo das mulheres tem como combustível “a desigualdade de gênero em interação com pobreza, racismo e violência”. Para o futuro, o objetivo é seguir uma diretriz de “promoção da igualdade e equidade de gênero com garantia da participação e envolvimento dos homens e enfrentamento de todas as formas de violência.”
fonte: Mix Brasil
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