sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estados Unidos: Problemas de saúde dos homossexuais precisam ser mais estudados, diz comissão

O governo federal deve coletar sistematicamente dados demográficos sobre gays, lésbicas e homossexuais, bem como realizar pesquisas biomédicas para entender por que motivo eles apresentam maior probabilidade de sofrer de certas doenças crônicas, anunciou na quinta-feira (31) a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Em um relatório solicitado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, a academia propôs uma ambiciosa agenda de pesquisas para investigar a ocorrência e as causas da obesidade, da depressão, do câncer, das doenças cardiovasculares e de outras enfermidades entre a população homossexual.

Autoridades federais pediram ao Instituto de Medicina da academia que identifique lacunas que possam existir nas pesquisas sobre a saúde dos homossexuais norte-americanos. O médico Robert Graham, o diretor da comissão responsável pelo estudo, disse que isso é impossível.

“Os dados disponíveis sobre a saúde de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais são esparsos”, diz Graham, um professor de medicina familiar da Universidade de Cincinnati. “Os pesquisadores precisam fazer muito mais do que simplesmente preencher lacunas”.

A comissão, criada pelo Instituto de Medicina, disse que o governo deveria financiar pesquisas para a criação de medidas padronizadas de orientação e identidade sexual - “a percepção básica da pessoa de ser homem, mulher ou membro de outro gênero, como transexual”.

“Os homossexuais muitas vezes enfrentam barreiras para o recebimento de tratamento de saúde equivalente ao recebido pelo resto da população, recusam-se a procurar tratamento em momentos de necessidade e recebem assistência de pior qualidade quando procuram ajuda”, observou o relatório. “Temendo discriminação e preconceito, muitos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais acabam não revelando a sua orientação ou identidade sexual aos pesquisadores e provedores de serviços de saúde”.

Além disso, segundo o relatório, muitos médicos carecem do treinamento necessário.

“As escolas de medicina ensinam muito pouco sobre a sexualidade em geral e pouco ou nada a respeito das características únicas de saúde dos gays, das lésbicas e dos bissexuais”, disse o documento.

Segundo a comissão, o Instituto Nacional de Saúde deveria encorajar fortemente os pesquisadores a incluir as “minorias sexuais” nos seus estudos, sempre que possível, da mesma maneira que já incluem mulheres, negros, norte-americanos de origem asiática e hispânicos.

No seu relatório, que oferece uma pesquisa abrangente das informações sobre a saúde dos homossexuais norte-americanos, a comissão faz as seguintes observações:

- “Em média, os homens tendem a demonstrar um maior interesse pelo sexo e um desejo de fazerem sexo mais frequentemente dos que as mulheres. Esses padrões parecem ocorrer tanto nas populações heterossexuais quanto nas homossexuais”.
- “Jovens e adultos homossexuais são geralmente bem ajustados e mentalmente saudáveis, mas algumas pesquisas indicam que eles apresentam maior probabilidade de sofrer de depressão, ter pensamentos suicidas e tentar o suicídio”.

- “As mulheres lésbicas e bissexuais apresentam um maior risco de sofrer de câncer de mama do que as mulheres heterossexuais”.

- “Alguns estudos sugerem que o uso de longo prazo da terapia hormonal pelos transexuais pode fazer com que aumente o risco de câncer. No entanto, são necessários mais estudos sobre isso”.

Além disso, o relatório disse: “Algumas pesquisas indicam que as mulheres lésbicas e bissexuais correm um risco mais elevado de obesidade do que as mulheres heterossexuais”. As lésbicas podem também apresentar índices mais altos de consumo de tabaco e álcool do que as mulheres homossexuais.

fonte: UOL

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