Dezoito travestis que eram explorados sexualmente por uma quadrilha em Caxias do Sul (RS) foram recolhidos durante uma operação do Ministério Público nesta quinta-feira (3). O promotor Adrio Rafael Paula Gelatti, que coordenou a ação, explicou que uma quadrilha explorava a prostituição dos travestis.
“Fizemos um mapeamento dos pontos de prostituição de travestis em Caxias do Sul e identificamos também quem eram essas pessoas. A partir disso, identificamos a rede que explorava os travestis”, disse Gelatti. Segundo ele, muitos eram de outras cidades do estado, além de Santa Catarina e até de São Paulo.
Após a identificação da chefe da quadrilha, o promotor entrou com uma ação civil pública contra essa pessoa e solicitou à Justiça que a operação fosse realizada em três locais que funcionavam como pensionato. “Eram lugares subdivididos em diversos quartinhos em situação totalmente insalubre. Essa organização acolhia e alojava esses travestis e explorava a prostituição. Eram cobradas taxas pelo alojamento, pelo serviço de água, luz e qualquer coisa dentro do quarto. Um dos locais servia como ponto para recebimento de clientes e o travesti também tinha de pagar uma taxa para utilizá-lo”, afirmou Gelatti.
Os locais foram interditados por funcionar ilegalmente como pensionato. Os travestis foram acolhidos por funcionários da Secretaria de Assistência Social do município e levados, junto com seus pertences, para abrigos da prefeitura. Os travestis também tinham a opção de receber passagens para retornar para seus locais de origem.
A chefe da quadrilha foi identificada. Foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência dela e foram apreendidos computadores. A Justiça determinou ainda a interdição dos bens da responsável. “Ela foi informada que, caso seja encontrado outros travestis residindo nos locais interditados, será imediatamente presa”, disse Gelatti.
Ainda de acordo com o promotor, ela responderá por trafico interno de pessoas e violação de direitos humanos.
A operação teve a participação da Polícia Civil, Brigada Militar, Fundação de Assistência Social e Secretaria Municipal de Urbanismo, além de oficiais de Justiça que cumpriram mandados judiciais.
fonte: Cena G
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