quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Homofobia pode levar gays a desenvolverem mais doenças

Não é novidade que a homofobia e o preconceito aumentam a carga de estresse dos homossexuais, bem como diminuem  suas auto-estimas e levam alguns a terem comportamentos de risco. Porém, uma inédita pesquisa canadense afirma ter encontrado uma mudança hormonal ligada ao estresse que pode levar os gays a desenvolverem outras doenças e até a baixa da imunidade.

De acordo com pesquisadores da Montreal’s Concordia University, pessoas que foram vítimas de homofobia apresentam altos níveis do hormônio Cortisol no cérebro. Na população em geral, o Cortisol tem maiores níveis durante o dia e baixos durante o período da noite. Já em homossexuais, foi percebido que o hormônio do estresse se mantém alto o tempo todo.

O Cortisol alto pode levar a pressão alta, reduzir a imunidade e combate a infecções, comprometer a densidade óssea e levar à perda de memória. O hormônio também é relacionado à obesidade, insônia e a diversos sintomas, e até aos índices de suicídio.

“Isso demonstra que a homofobia é prejudicial à saúde”, afirmou o estudante Michael Benibgui, autor da pesquisa para um jornal local. Ele afirmou ainda que quem procura ajuda acaba se sentindo exposto, aumentado o problema. A pesquisa foi realizada em nível acadêmico com 63 pessoas, com coleta de saliva, entre os anos de 2003 e 2004. O autor decidiu publicar o trabalho apenas agora, por ver a importância do debate de combate ao bullying.

Pesquisas semelhantes afirmam que o homossexual tem maior vulnerabilidade ao suicídio (14 vezes mais chances de tentar tirar a própria vida) e também tendência à drogadição e depressão.

Já uma pesquisa brasileira, realizada na Unicamp e publicada em 2010 pelos pesquisadores Daniela Ghorayeb e Paulo Dalgalarrondo, do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas, verificou que entre homossexuais há maior prevalência de distúrbios mentais e atendimento em serviços de saúde mental. O estudo foi publicado no International Journal of Social Psychiatry e compara atendimentos a heterossexuais e homossexuais.

Os pesquisadores entrevistaram 120 indivíduos: 60 homossexuais e 60 heterossexuais que assim se identificaram e os separaram em grupos por gênero, idade e nível de escolaridade. Os participantes foram entrevistados individualmente e os dados de cada grupo foram cruzados. A pesquisa identificou ao menos um distúrbio psiquiátrico em 41,7% dos homossexuais, enquanto entre os heterossexuais a taxa foi de 23,3%. Dos entrevistados, 56,7% dos homossexuais já haviam procurado ajuda médica, enquanto apenas 26,7% dos heterossexuais havia ido a um médico de saúde mental. A pesquisa concluiu que o impacto negativo na saúde mental dos homossexuais pode ter relação com a discriminação sócio-cultural enfrentada pelo grupo. Os autores relataram maior prevalência de depressão, risco de suicídio, uso de medicação psiquiátrica e psicoterapia no passado entre o grupo de homossexuais.

fonte: Lado A

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