terça-feira, 11 de janeiro de 2011

São Paulo: 'Nunca tinha passado por isso', diz lésbica agredida no McDonald's

Artesã foi uma das quatro mulheres agredidas por trio em Taboão da Serra. Vítimas acreditam ter sido alvo de um ataque homofóbico.

patriciaA artesã Patrícia Odinéia Garcia, de 32 anos, lanchava na companhia da namorada, de um casal de lésbicas e de um rapaz quando o grupo foi agredido por uma outra mulher e mais dois homens em uma unidade da rede McDonald's, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

A agressão ocorreu no início da madrugada desta segunda-feira (10). Segundo Patrícia, o grupo foi vítima de um ataque homofóbico, pois os agressores gritavam xingamentos como “sapatão” enquanto davam socos e pontapés nas vítimas.

“O homem que estava com a gente não sofreu nada, nenhum arranhão”, relembra Patrícia, enfatizando a suspeita de homofobia. “Eu nunca tinha passado por isso na minha vida. A gente não estava nem se tocando, eu sou muito discreta. Quando via notícias de gays agredidos, achava que era porque eles estavam se abraçando, mas não é assim não. Eu não fazia nenhuma demonstração de carinho. Só estava rindo e brincando”, detalha.

Patrícia conta que, primeiro, uma mulher se aproximou e agrediu uma das homossexuais. Ao tentar impedir a agressão, ela diz que foi empurrada e viu dois homens também começarem a bater.

“Levei um murro e desmaiei. Acordei enquanto ainda apanhava e desmaiei de novo”, relembra a artesã, que teve cortes no rosto e quebrou o dedo mindinho da mão direita.

Segundo o boletim de ocorrência registrado no 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, os agressores fugiram em um carro, que teve a placa anotada por testemunhas. Uma das pessoas que presenciaram o crime contou à polícia que ninguém tentou impedir as agressões e que os casais homossexuais não tiveram comportamento inadequado ou provocativo.

A Polícia Civil chegou a ir até a lanchonete logo após as agressões, mas encontrou o lugar limpo e organizado, o que compromete a perícia.

As quatro lésbicas agredidas foram atendidas em um pronto-socorro próximo à lanchonete e acabaram liberadas em seguida. “Eu não entendi nada até agora”, diz Patrícia. “Agora, eu só quero esfriar a cabeça e quero justiça”, finaliza. O caso foi registrado como lesão corporal.

Em nota, o McDonald's afirmou que “repudia qualquer atitude dessa natureza e colaborou com as autoridades na disponibilização de detalhes sobre o fato”.

fonte: G1

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