Agentes estão no Parque Garota de Ipanema, na Zona Sul. Adolescente disse que foi humilhado e agredido antes dos disparos.
Policiais civis do Grupo de Investigação Complementar (GIC) da 14ª DP (Leblon) saíram em diligência no fim da manhã desta terça feira (16) no Parque Garota de Ipanema, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O objetivo é buscar pistas e informações que ajudem nas investigações do caso do estudante de 19 anos baleado na noite de domingo (14), no Arpoador, na Zona Sul do Rio, após a 15ª Parada do Orgulho Gay, em Copacabana.
Na segunda-feira (15), ele contou que foi humilhado e agredido por um grupo de três homens no Parque Garota de Ipanema, momentos antes dos disparos.
Como foi
“Começaram a ofender, xingar, dizendo que, se pudessem, eles mesmos matariam cada um de nós com as próprias mãos, porque é uma ‘raça desgraçada’ e tal... humilhar, bater entre outras coisas. Foi quando um deles me empurrou no chão e atirou. Eu caí sentado e ele atirou na minha barriga", disse.
Ele contou, ainda, que estava com amigos no parque. Segundo ele, o grupo foi abordado pelos homens que se identificaram como militares e usavam fardas camufladas. Um deles tinha uma pistola.
O rapaz prestou logo após deixar o Hospital Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, onde estava internado. A bala não atingiu nenhum órgão vital do rapaz, que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Polícia Civil abriu inquérito
A Polícia Civil abriu inquérito por tentativa de homicídio e vai também apurar a denúncia de crime de preconceito. O delegado responsável pelo caso informou que já encaminhou um ofício para o comando do Forte de Copacabana, que fica ao lado do Parque Garota de Ipanema. Na próxima quinta (18), ele quer ouvir todos os militares que estavam de plantão na noite do crime.
Estou arrasada sinceramente com essa situação"
Viviane, mãe da vítima
A vítima também foi convocada para tentar reconhecer o autor do disparo. Segundo o delegado, dois oficiais compareceram à delegacia representando o Exército nesta tarde e prometeram colaborar com as investigações.
'É revoltante', diz mãe de vítima
A violência do episódio revoltou os pais do estudante: “Eu aceito meu filho como ele é. Para mim é péssimo, é revoltante. Estou arrasada sinceramente com essa situação”, declarou a mãe.
“É um sentimento muito ruim de desconforto, de falta de confiança em quem deveria estar protegendo a população. São soldados treinados que deveriam de certa forma dar uma segurança. Acho que é um preconceito muito grande", destacou o pai do jovem.
Exército nega envolvimento de soldados
O Comando Militar do Leste (CML) divulgou uma nota oficial, na manhã de segunda, em que nega que um militar tenha atirado contra o estudante. O CML afirma que não há registros de disparos por militares na data do crime e que o local não está sob a administração do Forte de Copacabana.
A Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos disse que mandou ofício ao comando do Forte de Copacabana pedindo a lista com a escala e fotos de todos os militares que estavam trabalhando ontem. De acordo com o superintendente da secretaria, Cláudio Nascimento, o oficial dia do forte, responsável pela escala de trabalho, também vai ser interrogado.
fonte: G1
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