quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rio de Janeiro: Estudantes contam episódios de homofobia nas escolas

Aluno da UFRJ diz que é perseguido em alojamento. Colégio de Aplicação da Uerj criou projeto para combater bullying.

Após o episódio do jovem baleado depois da Parada Gay, em Copacabana, no último domingo (14), estudantes do Rio lembram de episódios de homofobia em suas escolas e universidades.

Sassá, como um diminutivo de sapatão, foi o apelido pejorativo que uma adolescente, de 16 anos, recebeu na escola.

“Resolveram me dar um apelido porque acharam divertido fazer uma pessoa sofrer. A convivência ficou horrível. As pessoas me olhavam muito estranho, e eu fiquei muito incomodada. Minhas notas diminuíram bastante porque eu não conseguia estudar direito”, conta a jovem. “Mas também tive pessoas que me apoiaram, como a minha mãe e algumas pessoas da minha sala que nunca fariam isso comigo, meus amigos de verdade. Fui forte, e segui em frente”, acrescenta.

Discriminação na universidade
A discriminação também chegou à universidade. Um aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que prefere não se identificar, sente-se perseguido por jovens que, como ele, moram no alojamento da universidade.

“Me sinto perseguido porque eu moro do lado de um dos rapazes e em frente ao outro. Não tem como negar essa situação, que causa um trauma em quem vivencia isso. Hoje, procuro estar nas áreas coletivas fora de um horário de grande movimentação. Inclusive tenho evitado sair à noite, com medo de sofrer represália, retaliação”, conta o rapaz.

Cap/Uerj tem projeto contra bulliyng
Além da homofobia, as denúncias de bullying, que é discriminação acompanhada por ofensas e até por agressões, cresceram tanto que o Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAP/Uerj) criou, em 2010, um projeto para combater o problema.

“Quando o bullying passa a ser um hábito, até mesmo as pessoas que estão ao redor, e que poderiam fazer alguma coisa a respeito, começam a encarar aquilo como normal. O maior problema é quando  passa a ser considerado uma coisa casual”, analisa Bruna Carneiro, voluntária do programa.

“O que mais incomoda é ser olhado como diferente. Nosso objetivo é que eles respeitem a diferença do outro, sem perder essa individualidade”, explica a psicóloga Michele Freire.

fonte: G1

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