Os bispos da Argentina anunciaram que não irão aceitar a mudança aprovada pela Câmara dos Deputados do país, que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por parte desses casais.
Na madrugada da última quarta-feira, os deputados argentinos aprovaram um projeto de lei que autoriza o matrimônio entre homossexuais e permite também que estas pessoas adotem crianças. A medida deve agora passar pela análise do Senado. Se aprovada pelo Congresso, a norma fará da Argentina o primeiro país da América Latina a ter este tipo de legislação.
Em declarações ao jornal vaticano “L´Osservatore Romano”, Antonio Marino, responsável do episcopado argentino para a atividade legislativa, apontou que o projeto de lei "vai modificar de modo revolucionário o conceito de sociedade e família", sendo esta uma "revolução conceitual e cultural, com a qual a Igreja está em desacordo".
O "mais grave, é que estes casais gays podem adotar crianças", continuou o religioso, que defendeu que a criança "tem o direito de crescer e desenvolver-se em sua dimensão psicossexual através da complementaridade entre o homem e a mulher".
A Igreja, frente ao fato de que a norma será ainda estudada pelos senadores, informou também que irá continuar dialogando com as instituições, "oferecendo seus argumentos", apontando suas dúvidas de constituição e ilustrando "os prejuízos que derivariam da adoção das crianças por parte de casais homossexuais".
No fim do último ano, a aprovação de uma medida semelhante na capital mexicana também fez com que a Igreja Católica se pronunciasse. O cardeal Norberto Rivera Carrera, arcebispo da Arquidiocese da Cidade do México, classificou tal decisão como "imoral" e a considerou negativa para a família.
fonte: eBand
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