Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 1º, pelo Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Alagoas aparece como o Estado campeão em crimes contra homossexuais do Brasil. Cinco dos 13 homicídios registrados no país - no mês de janeiro - ocorreram no Estado. Os números têm preocupado as organizações LGBT.
Ainda segundo o GGAL, em quatro anos os crimes homofóbicos somaram 63 no Brasil. “É importante destacar que os crimes estão impunes. Se no nosso Estado a impunidade predomina, isso se agrava quando o assunto é crime contra homossexual. Aqui se mata e é a coisa mais natural”, denuncia Nildo Correia, diretor do GGAL e responsável pelo relatório de crimes.
Correia ressaltou que quatro dos crimes ocorridos em Alagoas foram caracterizados como homofobia. Isso porque um dos homossexuais mortos, estava envolvido com drogas. “Foram três casos na capital e dois no interior. Além dessa vítima envolvida com drogas, havia três vítimas que viviam no anonimato, com histórico de práticas sexuais arriscadas. Outra característica dessas vítimas é que são de classe pobre, que não conseguiam assumir sua identidade por falta de apoio da família. São jovens que procuram locais obscuros para praticar sexo, e cujos amigos não são conhecidos pelos familiares”, disse o diretor do GGAL.
Para o movimento LGBT, a falta de apoio resulta em situações de vulnerabilidade, muitas delas que terminam em morte.
Outro aspecto abordado pelo GGAL no relatório é a dificuldade de coletar provas. “Existem casos em que os familiares desconhecem a opção sexual da vítima e sua vida anônima. Outros é o medo de represálias que impera. É a lei do não vejo nada e não ouço nada. Há também os casos de preconceito, quando os familiares têm vergonha de admitir a homossexualidade da vítima”, afirma Nildo.
Questionado sobre o relatório de crimes de 2009, entregue à Defesa Social, o diretor do GGAL foi enfático: “a resposta é o silêncio. As autoridades não estão interessadas em fazer nada”, alfineta. O GGAL anunciou que dará um prazo de 15 dias, a contar de hoje, para que o Governo se manifeste em relação à situação, caso contrário, poderá invadir o palácio.
Na próxima quarta-feira, representantes de grupos gays do Estado estarão reunidos na sede do GGAL, no Centro, para discutir a situação.
fonte: Alagoas 24 Horas
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