O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu neste domingo que a população do país evite o que chamou de "estilo de vida ocidental", no qual "grandes pecados como a homossexualidade e o colapso dos valores da família estão entre as anormalidades que se tornaram padrão no Ocidente".
Segundo Khamenei, a maior autoridade política e religiosa do Irã, os costumes ocidentais aniquilam a cultura e a identidade das nações que os recebem:
- Não temos intenção de lutar contra o Ocidente em qualquer aspecto, mas enfatizamos que imitar o Ocidente não leva um país a lugar algum. A cultura ocidental é agressiva e destrói gradualmente a cultura e a identidade nacionais - declarou o líder durante discurso na província de Khorassan do Norte, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
Governo anuncia cortes em importações
Também neste domingo, o governo do Irã anunciou que vai cortar as importações de bens não essenciais e pediu à população que reduza o uso de produtos feitos fora do país, num reflexo das dificuldades diante das sanções econômicas impostas por potências ocidentais devido ao controverso programa nuclear iraniano.
Segundo o vice-ministro da Indústria iraniano, Hamid Safdel, os produtos importados serão divididos em dez categorias, de acordo com quão essenciais eles são. O governo oferecerá dólares com câmbio subsidiado aos importadores que compram bens essenciais. Ao mesmo tempo, quem importa produtos não essenciais, como celulares, roupas e carros terá que obter dólares a taxas muito mais altas no mercado livre.
Com a desvalorização de sua moeda, o rial, frente às sanções, o Irã tem intensificado o favorecimento às importações de bens essenciais. Alguns importadores conseguem comprar US$ 1 por 25 mil rials com subsídio do governo. No mercado aberto, o câmbio é de 34 mil rials, mais que o dobro do necessário para se comprar US$ 1 há um ano. A desvalorização é tamanha que o governo já disse que não deve elevar taxas de importação sobre produtos de luxo, aparentemente confiando na fraqueza da moeda local como forma de impedir tais compras.
No sábado, o ministro da Indústria iraniano, Mehdi Ghazanfari, já havia feito um apelo aos compatriotas, solicitando prioridade aos produtos nacionais como forma de enfrentar as sanções.
fonte: O Globo
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