segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

São Paulo: Delegado vê agressões a homossexuais como fatos ‘isolados’

Titular do 5º DP investiga dois casos de ataques na região da Paulista. Segundo ele, a motivação para as agressões foi homofobia.

O delegado titular do 5º Distrito Policial, na Liberdade, no Centro de São Paulo, José Matallo Neto, descartou na tarde desta segunda-feira (6) a existência de grupos que realizem agressões em série contra homossexuais na região da Avenida Paulista. É ele quem comanda as investigações sobre os ataques a dois homossexuais no sábado (4) e contra outros quatro rapazes no dia 14.

O delegado acredita que a motivação dos dois casos foi a mesma: homofobia. No entanto, para ele, os ataques foram isolados. “Uma agressão foi isolada da outra. (...) Eu não posso falar em grupos que existam e que tenham a intenção de agredir as pessoas. São só dois casos [registrados até o momento na região da Paulista]”, afirmou Matallo Neto em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda, após a conclusão dos depoimentos das duas vítimas agredidas no último sábado.

Ele disse que a polícia está na fase inicial de investigação da última agressão. “Eu entendo que foi [um caso de] lesão corporal. A intolerância será comprovada pelo inquérito. Estou com o pessoal na rua fazendo levantamento. Quero ver se localizo as imagens”, declarou Matallo Neto.
No sábado (4), dois homossexuais foram atacados após deixar uma boate gay na Rua dos Ingleses, na Bela Vista, região central. Quando se aproximavam do metrô Brigadeiro, como estavam de mãos dadas, teriam chamado a atenção de um grupo de seis pessoas, sendo quatro rapazes e duas moças.

Em depoimento, Gilberto Tranquilini da Silva e o seu colega, que é estudante e pediu para não ser identificado, afirmaram que ouviram frases como “Desgrudem, seu veados, vocês têm que morrer”, como informou o escrivão que acompanhou os depoimentos. Depois disso, um rapaz empurrou o estudante, derrubando-o. “Eles deram vários chutes, até o sangue escorrer da boca dele”, contou. Pouco mais à frente, o estudante desmaiou. Tranquilini declarou ter levado uma “voadora na cabeça”.

Adolescentes
O caso de 14 de novembro foi registrado como tentativa de homicídio. No grupo dos supostos agressores estavam quatro menores e um maior de idade. Em um dos ataques, os garotos utilizaram duas lâmpadas fluorescentes como bastão para ferir uma das vítimas no rosto. Os quatro adolescentes suspeitos foram internados na Fundação Casa. Um rapaz de 19 anos, também suspeito de participar dos ataques, porém, continua em liberdade. A polícia aguarda que a prisão preventiva dele seja decretada pela Justiça.

Na sexta-feira (3), uma outra vítima desse mesmo grupo que atacou em novembro procurou a delegacia para denunciar uma agressão sofrida no mês de março. “Ele saiu muito ferido e ainda tem sequelas do ataque”, declarou Matallo. Ele fez o reconhecimento por meio de foto de um menor e do rapaz de 19 anos.

fonte: G1

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