terça-feira, 30 de novembro de 2010

São Paulo: Discriminado, casal gay deve processar doceria

Abraço entre casal gay teria motivado homofobia na Ofner

Um casal gay, formado por um gerente de vendas e um advogado, alega ter sido vítima de homofobia na doceria Ofner. Eles tomavam um café ao lado de uma amiga, na unidade localizada na Alameda Campinas, em São Paulo, quando se abraçaram e foram repreendidos por um segurança. Juntos há sete meses, eles entraram com uma ação indenizatória por danos morais contra a empresa.

De acordo com Lucio Henrique Serrano, após trocar um abraço com o namorado, um segurança os maltratou e os repreendeu na frente de outros clientes, dizendo que ali não era permitido carinhos entre homens. “Ele disse que ali era um lugar de respeito, frequentado por pessoas de família e não de bichas”, lembra Lucio.

Sem entender o motivo da reclamação, Lucio diz que pediu para o segurança chamar o gerente, o que foi negado, com justificativa de que estava apenas recebendo ordens. “O gerente veio e questionou nossa postura. Mas ao nosso lado havia uma menina sentada no colo do namorado. Depois ele viu o que estava fazendo, a homofobia que estávamos sendo vítima, e tentou se desculpar”

O casal alega ter se sentido extremamente envergonhado com a repreensão, principalmente por não estarem de fato se beijando ou trocando calorosas carícias. “Foi apenas um abraço”, reafirmou. Eles abriram um Boletim de Ocorrência e querem entrar com um processo criminal, danos morais e administrativo.

“Sentimos muito envergonhados, pois a Ofner inteira ficou olhando”, disse ele, que não pretende deixar que o caso caia no esquecimento. “Não vamos deixar quieto porque não queremos que isso volte acontecer com outras pessoas.”

O outro lado
O gerente comercial da Ofner, Laury Roman lamentou o caso e disse que não faz parte da política da empresa discriminar pessoas, sejam elas pertencentes a qualquer grupo ou minoria. “Não tem cabimento segregar, maltratar ou perder clientes. Temos várias reuniões e falamos sobre as mudanças sociais, as quais não podemos julgar, temos que aceitar.”

Segundo ele, um cliente gay que troque carinhos com outro do mesmo sexo dentro da doceria não deve ser discriminado. Ele disse que, no caso em questão, o gerente, ao receber reclamações de outros clientes, acabou agindo de uma maneira contrária ao que é recomendado pela empresa. “Lamentamos muito o caso e pedi desculpas pessoalmente a um dos envolvidos. Conversamos bastante e espero que tenha ficado esclarecido. Queremos que continuem sendo nossos clientes e que isso não volte a ocorrer nunca.”

fonte: MixBrasil

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