Cerca de cem pessoas participaram na tarde desta quarta-feira de uma manifestação na Praça Pio XI, próximo à Igreja da Candelária, em memória de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais assassinados no Brasil. Segundo um relatório recente feito pela Organização Não Governamental (ONG) Grupo Gay da Bahia, 2.500 homossexuais foram assassinados no país no último ano. No Rio, de acordo com informações da Superintendência dos Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, 25 homossexuais foram assassinados apenas neste ano. Ao todo, foram registradas 250 boletins de ocorrência relativos à agressão física com motivação homofóbica no mesmo período em todo estado. Tão assustador quanto o número de crimes, é a frequência com que os homossexuais no país são discriminados, segundo depoimentos de alguns dos 300 participantes do II Seminário Nacional de Segurança Pública para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que acontece no Hotel Guanabara, no Centro do Rio.
O policial rodoviário federal Maicon Nachtigall, de 32 anos, de Porto Alegre (RS), é um das dezenas de agentes de segurança convidados a participar do evento que reúne ainda guardas municipais, policiais civis e militares. Homossexual assumido, ele conta que é vítima de preconceito dentro da própria instituição que representa:
- Há uma cultura repressiva nas instituições policiais. Fui liberado pela PRF do Sul para participar deste evento, mas não venho como representante da instituição e ainda paguei do meu próprio bolso todas as despesas. Há colegas de farda que não me tratam com igualdade e mais, sou preterido em ocasião de promoções devido à minha condição gay - denuncia o policial.
Desde segunda-feira, autoridades, militantes e forças de seguranças públicas discutem neste seminário políticas públicas estaduais de articulação dos grupos LGBT com a segurança pública. O Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Ricardo Balestreri, participou da abertura do evento e relembrou a coragem da mãe do adolescente Alexandre Ivo Rajão, de 14 anos, assassinado com requintes de crueldade e características de crime homofóbico no ultimo dia 23 de junho. O secretário defendeu a coragem da mãe da vítima, por não esconder a opção sexual do filho. O evento no Rio discute também propostas de combate à discriminação e à violência contra esse público.
fonte: O Globo
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