Jovem beijava outro rapaz quando foi agredido no Arpoador, próximo ao Forte de Copacabana. Exército nega, por nota, participação de soldados
O Exército negou formalmente, no fim da manhã desta segunda-feira, a participação de militares do Forte de Copacabana no incidente que terminou com um jovem baleado no Arpoador, na zona sul do Rio, depois da Parada do Orgulho LGBT, no domingo. A vítima do disparo, no entanto, declarou à Polícia Civil que foi um militar quem deu o tiro. O jovem acusa integrentas daquele quartel, ainda, de humilhações e preconceito.
O estudante Douglas Igor Marques, de 19 anos, ferido pelo projétil, chegou à delegacia do Leblon (14ª DP) nesta segunda-feira acompanhado dos pais e contou ter sido vítima de preconceito. No momento do crime, Douglas disse que beijava outro rapaz e estava rodeado de amigos homossexuais. Mesmo após o grupo ter sido revistado pelos militares, um deles agrediu Douglas e o jogou no chão. Neste momento, a vítima foi baleada.
“Começaram (os militares) a tocar um terror psicológico. Ofenderam, xingaram, disseram que se pudessem matavam cada um de nós com as mãos porque éramos uma raça de otários”, disse Douglas, na porta da delegacia. E acrescentou: “Ele ( o militar) tinha a intenção de atirar em mim porque (o tiro) foi muito próximo”. A Polícia Militar foi acionada e o jovem foi encaminhado ao hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Ele deu entrada às 23h de domingo e recebeu alta nesta segunda-feira.
O Exército nega, em nota, que militares de plantão na noite de domingo tenham disparado contra Douglas. O Comando Militar do Leste afirma que não foi realizada nenhuma patrulha externa fora da área militar - o local onde houve a ocorrência não fica sob a administração do Forte de Copacabana e, por isso, nenhum soldado teria feito ronda por aquela região.
Segundo o coronel Zanan, todas as armas foram verificadas e nada indica que o tiro partiu de um militar. “Posso garantir categoricamente que não partiu da guarda do Forte de Copacabana.” Ainda segundo o coronel, havia muitas pessoas fantasiadas com roupas camufladas na parada LGTB e pode ter sido uma delas quem fez o disparo. “Possivelmente foi alguém com roupa camuflada. O tiro não saiu da gente.”
Por enquanto, a corporação não abrirá sindicância interna para apurar os fatos. As investigações são realizadas pela Polícia Civil, que enviou um oficio ao Exército pedindo a apresentação do oficial do dia do Forte de Copacabana na delegacia do Leblon, na próxima quinta-feira. Dois militares já foram à delegacia e se comprometeram em colaborar na apuração dos fatos. A polícia estuda se houve tentativa de homicídio e crime de racismo.
fonte: Veja
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