sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Eu beijo homem na boca. Ali sou gay", diz humorista sobre atuação em "Pânico na TV"

Fazer rir é uma das artes mais complexas, e poucos a dominam tão bem quanto Cesar Polvilho

Cesar PolvilhoPessoas sérias e carrancudas deveriam frequentar espetáculos em que a comédia, o improviso e o humor manifestam-se. Basta acionar nossa memória atávica e resgatar lembranças: o Capitão Gay interpretado pelo Jô Soares, o Pantaleão e o Coalhada pelo mestre Chico Anysio, as impagáveis manobras do Bussunda, os delírios do Ronald Golias, as sacadas do Costinha, as ressacas da Catifunda, as brilhantes histórias do Monty Python, as confusões psicodélicas dos Três Patetas, de Oscarito, de Jim Carrey e tudo aquilo que Chaplin, o Gordo e o Magro e Buster Keaton realizaram.

Sou do tempo do Epaminondas e adepto da gargalhada. Outro dia, num domingão sapeando a TV, fui hipnotizado pelo programa Pânico na TV por um personagem surpreendente: o Ursinho Gente Fina, que seduziu o Brasil. Fui incumbido pela Trip de decifrar Eduardo Sterblitch, “aka” César Polvilho, Freddie Mercury Prateado, Serginho ex-BBB e, ufa, o Ursinho Gente Fina. Nosso encontro aconteceu primeiro em sua casa em Moema, São Paulo, e depois na Rede TV. Carioca, 23 anos, nosso Freddie Mercury Prateado possui um currículo turbinadíssimo: nove anos de aulas particulares de clown, oito anos de curso livre no Teatro Tablado e atividades multifacetadas em peças de teatro infantil e musicais femininos. Desde pequenino ele dublava Daniela Mercury e Mara Maravilha no prédio onde morava. Sempre interpretou personagens femininos. “Gostava de imitar mulheres, até com a minha bisavó de bengalinha eu tirava onda”, conta.

Nossa conversa foi embalada por momentos de muita gargalhada e histórias psicodélicas. Edu jura que parte da sua família veio da Rússia, mais precisamente de Chernobyl, onde ocorreu o maior acidente nuclear da história em 1986. Segundo ele, aquelas terras inclusive pertenceram à sua família. Por causa disso, ganhou o apelido de Chernobyl no colégio onde estudou no Rio. Leitor compulsivo de Beckett, Ionesco, James Joyce e outros clássicos da literatura, Edu mergulhou no humor e hoje faz parte do elenco do Pânico. Basta escutar os mantras e bordões que criou para seus inúmeros personagens: “Emiiiliooo, estou grávido”, “Meus braços doooem”, “Papai fugiu”, “Venha, baiano”, “ALOKA” e “Uh! Lady Gaga”.

Sterblitch está em cartaz toda segunda-feira no teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, com a peça Minhas sinceras desculpas. “Queria terminar nosso papo implorando para todos assistirem”. Recado dado.

fonte: Trip

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