A comunidade homossexual do Japão está se preparando para brilhar na Parada Gay de Tóquio, que retorna neste final de semana, depois de uma ausência de três anos, com o objetivo de obter maior aceitação da sociedade conservadora do país.
Shows de drag queens, debates e peças de teatro estão sendo realizados nos dias que antecedem a parada, suspensa devido à falta de equipe organizadora, pois muitos japoneses não se atrevem a sair do armário diante de suas famílias ou do trabalho.
Para os homossexuais japoneses do distrito "2-chome" de Shinjuku, em Tóquio, onde há cerca de 250 bares gays, o evento é uma oportunidade de se reunir e comemorar em estilo, mas também buscar a compreensão de outros japoneses.
"Eu tenho duas vidas separadas. Durante o dia, eu sou um 'salaryman' (funcionário assalariado) em uma empresa de web design, mas à noite eu venho ao '2-chome' para trabalhar aqui como barman", disse Yuu, que não quis dar seu sobrenome.
"No trabalho ninguém sabe dos meus segredos e eu tenho vivido essa vida dupla por cerca de sete anos", disse ele, cantando em voz alta os mais recentes sucessos do karaokê.
O distrito está se preparando para a Parada Gay de Tóquio no sábado, com um número de eventos paralelos que têm como objetivo tornar a sociedade japonesa mais compreensiva com relação à comunidade gay, lésbica e transsexual do país.
Noriaki Fushimi, um ativista dos direitos gays, está realizando um debate sobre o futuro do movimento no Japão, enquanto o "2-chome" realizará um "Festival Arco-Íris" no domingo com barracas de comida e bebida.
Laços familiares tradicionais ainda têm um papel importante no Japão e muitos homosexuais se encontram sob pressão para se casarem e assim cumprir com as expectativas dos pais.
Apesar de algumas celebridades conseguirem se abrir sobre ser gay ou transsexual, assumir a homossexualidade ainda é um grande tabu social para a maioria dos japoneses.
Existem também poucos políticos assumidos no Japão, e por isso, pouco é feito no âmbito do poder pelos direitos gays.
Gays e lésbicas japoneses não têm o direito de parcerias civis ou casamentos, oferecidos em alguns países.
fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário