segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Capital mexicana se torna atrativa para comunidade homossexual

O chamado "pink market" - mercado rosa - atrai casais do mesmo sexo

gays mexicoA comunidade homossexual conseguiu converter a Cidade do México, durante o verão deste ano, em um espaço ideal para os gays, mexicanos e estrangeiros, mesmo que o país seja de maioria católica e de tendência conservadora.

De acordo com dados locais, a discriminação fez com que a média de assassinatos homofóbicos no país passasse de 28 em 1995 e 2000 para 59 nos últimos anos.

Contudo, em março passado, na Cidade do México -— governada pelo Partido da Revolução Democrática (PRD), de oposição ao governo federal — foi comemorado o primeiro casamento homossexual na América Latina e a prefeitura inaugurou um escritório de Turismo destinado a gays e lésbicas, o primeiro da região.

A capital do país "tem tudo para se caracterizar como o primeiro destino 'gay friendly' (amigável) da América Latina", sustentam os porta-vozes da Secretaria de Turismo local, que estimaram que os turistas homossexuais "em média gastam 47% mais que turistas heterossexuais".

Há 32 anos, um pequeno grupo da comunidade homossexual fez sua primeira aparição pública organizada nas ruas da capital, e em junho ao menos 400 mil pessoas assistem ao desfile anual da diversidade sexual.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado em dezembro de 2009 pela Assembleia Legislativa da Cidade do México. Para o deputado David Razú, do PRD, a decisão "honra a Constituição". A cidade tem uma população de quase 10 milhões de pessoas residentes e quase 3 milhões de mexicanos de outras cidades passam pela capital todos os dias.

Por outro lado, grupos conservadores, encabeçados pela Igreja Católica, criticam duramente os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e seu direito de adoção.

Porém, não se trata somente de uma questão de direito, pois muitos abordam a questão do ponto de vista do negócio, tratando, por exemplo, dos hábitos de consumo dos turistas gays.

— Os casais do mesmo sexo gostam das marcas e gastam mais que o heterossexual em aspectos como seu cuidado pessoal — explicou a diretora da empresa De la Riva dedicada à "pesquisa estratégica", Gabriela de la Riva.

Para ela, são consumidores de roupa, viagens, restaurantes, e tudo aquilo que lhes dê um toque de "vanguarda" e que veem "a tecnologia como seu melhor aliado".

— As mulheres lésbicas superam as heterossexuais com respeito ao uso de internet — por exemplo, porque é um setor que busca "sempre ir um passo adiante, desde o momento em que anuncia sua preferência sexual, passa a buscar pelo inovador". Entre os 107 milhões de habitantes do México, 5% (ou 5,3 milhões) integram a população homossexual, um atrativo comercial onde "marcas como Bacardí, American Express, Levi's e Blue Shot se promovem nos principais lugares de encontro" da comunidade.

— Detectaram um nicho de oportunidade ao dirigirem-se de foram direta ao consumidor homossexual — afirma um estudo da Associação Mexicana de Agências de Investigação de Mercado e Opinião Pública.

De acordo com a Associação Internacional de Turismo Gay e Lésbico, a comunidade destina 30% de seu orçamento a essa atividade, com um gasto 35% superior ao dos turistas heterossexuais.

fonte: donna

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