O casamento gay já chegou à literatura de cordel. O mais famoso cordelista de pernambuco, José Francisco Borges, o J. Borges, escreve sobre otema usando do humor e exagerando nos termos populares. "O casamento do Boiola" é um dos seus livretos.
No Mercado de São José ou na Casa da Cultura, no Recife. Em Caruaru (a uma hora e meia do Recife) ou em Bezerros, onde mora J. Borges. Os cordeiscom temática gay estão entre os preferidos do público.
"Da alegria e da dor do Nordestino eu gosto de gravar tudo, aproveitar. Usando muito humor porque só se trabalhar muito seco não dá não"explica J. Borges em entrevista para Arthur Lobato, postada na Internet.
Além de escrever sobre a temática numa linha baseada totalmente na cultura nordestina, o cordelista e também xilógrafo, produz as xilogravuras(desenhos modados em madeira aplicados no papel com tinta) que ilustram os livretos.
O artista descreve no folheto "O Casamento do Boiola", o confronto de um deputado com o filho gay.
"Havia um político famoso
Muito forte e respeitado
do povo de sua terra
era muito acreditado
eleito em todas as campanhas
mas tinha um filho viado"
Em outro verso, o cordelista retrata uma cena comuna na vida dos homossexuais, a de pagar a um garoto de programa que J. Borges chama debacana.
"Existe o viado pobre
e o rico social
que é rico e tem dinheiro
paga bem o bacanal
depois leva ao motel
levantando o seu astral"
Em entrevista para o "Correio Braziliense", o cordelista explicou que, a partir dos anos 2000, deixou de escrever histórias de aventuras, de homens valentes, moça bonita e passou a escrever mais sobre temas dos quais pudesse fazer humor. "Mas passou 2000 e agora não tem mais quem venda na feira. Então, tem que partir para o novo, para o gracejo que o povolê e gosta" explicou.
fonte: Toda Forma de Amor
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