terça-feira, 11 de junho de 2013

ABGLT critica poder evangélico no Ministério da Saúde

Para entidade ativista, governo federal erra ao render-se a ideologias conservadoras por comprometer políticas públicas de saúde

Ministério da SaúdeA Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) emitiu comunicado condenando a exoneração do diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, pelo ministro Alexandre Padilha, na semana passada.

O tumulto na pasta aconteceu após a veiculação de anúncios no site do ministério em que mulheres apareciam em fotos com os dizeres: “Eu sou feliz sendo prostituta” em campanha para o uso de preservativos.

Os conservadores religiosos do Congresso tiveram xiliques quando tomaram conhecimento e exigiram explicação da pasta da Saúde. Padilha, evidenciando o quanto o governo federal está refém dos pretensos líderes religiosos, tirou o anúncio de veiculação e deu como desculpa que a peça, só utilizada nas redes sociais, não havia passado pelo gabinete.

“A atitude autoritária do ministro Padilha derivou do seu descontentamento moral com a atividade promovida pelo DST-AIDS-HV-MS que celebrava o dia 02 de junho – Dia Internacional da Prostituta. Esqueceu-se da República e coloca vidas em risco ao priorizar as alianças com fundamentalistas religiosos em detrimento de setores que historicamente construíram a luta contra a epidemia das DST – AIDS no Brasil”, diz o comunicado.

A entidade ainda lembra que o País vive uma epidemia concentrada de HIV e que as prostitutas, assim como os homossexuais masculinos, estão dentre os mais vulneráveis. E salienta também que prostitutas devem ser respeitadas como trabalhadoras.

“O mais intrigante nessa situação é que na Classificação Brasileira de Ocupações, organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as prostitutas são reconhecidas com o código 5198-05, ou seja, é uma ocupação reconhecida pelo Estado, não é contravenção. Se o Ministro pode dizer que ‘é feliz sendo médico’, por que as prostitutas não podem dizer ‘são felizes sendo prostituta’?”.

A bancada evangélica também foi foco da ABGLT, que lembrou o fato de pressão conservadora junto ao governo federal foi responsável por vetos a campanhas de prevenção de DST/Aids junto a jovens gays e de carnaval, também voltada a homossexuais.

A excelentíssima presidente Dilma Vana Rousseff só diz sim a tudo isso! E o que diremos a ela?

fonte: ParouTudo

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