segunda-feira, 13 de maio de 2013

Rússia: Tortura e assassinato de jovem reacendem discussão sobre homofobia no país

Homem que seria gay foi morto no sul do país. Lei proibindo 'propaganda homossexual' foi aprovada em fevereiro.

Um homem de 23 anos foi brutalmente torturado e assassinado na cidade de Volgogrado, no sul da Rússia, vítima de um ataque de homofobia, relataram investigadores à imprensa local.

De acordo com a rádio Ekho Moskvy, o homem foi espancado, estuprado com uma garrafa de cerveja e teve o crânio esmagado.

O corpo da vítima foi encontrado sem roupas no pátio de um prédio na manhã de sexta-feira.

Três suspeitos foram detidos e a polícia descobriu que eles estavam envolvidos em ataques anteriores contra homossexuais.

Andrey Gapchenko, um dos policiais que está investigando o caso, disse à rádio Ekho Moskvy que os suspeitos confessaram o crime.

'Tudo aconteceu por causa das preferências sexuais não tradicionais dele. Ele contou aos amigos sobre isso quando eles estavam bebendo juntos. Eles não aceitaram, ficaram agressivos e começaram a espancá-lo', afirmou o investigador.

Admissão rara
A admissão por parte do investigador de que o jovem foi vítima do crime por ser gay é algo raro na Rússia, onde a questão da homofobia é algo delicado.

Para o ativista gay Nikolay Alekseyev, um dos líderes da comunidade LGBT da Rússia, o assassinato em Volgogrado é resultado de uma 'política homofóbica', da atitude do governo em relação aos homosexuais no país.

'Aquele caso monstruoso que aconteceu em Volgogrado mostra o fruto da política homofóbica que está sendo seguida no país, parte da qual é a iniciativa de proibir a propaganda sobre homossexualidade', disse Alekseyv à agência de notícias Interfax.

O ativista se referiu a um projeto de lei aprovado pela Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo em fevereiro que proíbe a exibição da chamada 'propaganda homossexual' diante de menores de idade.

O projeto tornaria nacionais as restrições que já foram adotadas em diferentes partes da Rússia e estabeleceria multas de até 500 mil rublos (cerca de R$ 33 mil) para aqueles que realizarem uma suposta promoção da homossexualidade.

Debate e polêmica
O projeto ainda não foi aprovado e transformado em lei, mas já causa polêmica no país.

'Todos os anos vão ocorrer mais destes crimes se esta política não for mudada. Queremos que o motivo de ódio por minorias sexuais seja reconhecido como uma circunstância agravante quando um crime é cometido. Então, haverão menos casos trágicos como este', afirmou.

Um blogueiro de oposição popular na Rússia, Rustem Adagamov, também falou sobre o caso, divulgando um link para as notícias sobre a morte em Volgogrado em sua conta no Twitter.

'Homofobia, que está sendo implantada de forma zelosa pelo Estado, mostra seu fruto horrendo', postou Adagamov.

Mas, para o parlamentar Nikolay Kolomeytsev, vice-presidente do Comitê de Trabalho, Política Social e Veteranos da Duma, o crime de Volgogrado não é um caso de homofobia.

'Tudo está relacionado ao declínio geral da cultura, moral e um aumento da crueldade na sociedade que, por acaso, é cultivada pelos filmes hoje em dia, muitos deles mostrados em todos os canais de TV', afirmou o parlamentar à rádio Ekho Moskvy.

fonte: G1

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