segunda-feira, 19 de novembro de 2012

São Paulo: Homossexuais de São Carlos falam das dificuldades em ser aceitos

Casais relatam problemas no relacionamento com as famílias. Psicólogo diz que discussão deve ser feita por toda a sociedade.

Casal homossexual de São CarlosCasais homossexuais de São Carlos (SP) ainda encontram dificuldades em ser aceitos, principalmente pela família.  Um psicólogo da cidade explica que o assunto deve ser discutido entre pais e filhos e, se necessário, é preciso buscar orientação.

A professora Fernanda Machado, de 27 anos, se casou com sua parceira e não esconde sua relação homoafetiva, mas relatou que sofreu dificuldade em tratar do assunto com a mãe e que até hoje não foi aceita.

“A reação da minha mãe foi de chorar, falar que foi uma coisa muita errada e falar que não ia aceitar isso nunca”, disse. Há quatro anos ela saiu da casa dos pais, em São Luís (MA), rumo a São Carlos com a companheira.

Fernanda não aguentava mais o preconceito da mãe, mas apesar de tudo ainda espera uma reconciliação. “É triste por que se um dia eu tiver um filho eu não queria que ele não tivesse avó”.

O estudante André Rodrigues, de 23 anos, é bissexual. Sua mãe já teve problemas em aceitar o seu relacionamento, mas a dificuldade foi solucionada e ela já foi até madrinha de um casamento gay. “Ela me disse: se você está bem, sem problemas”, relembrou.

Ele afirmou que não foi fácil assumir a condição. “Eu pensava: por que eu gosto de homem, mas a gente não descobre, nasce assim”. Há sete meses, Rodrigues namora Felipe Pinheiro, de 18 anos. “Minha mãe acabou aceitando também, mas é do jeito dela”, contou o estudante.

O casal sabe que, mesmo com a ajuda da família, a luta contra o preconceito ainda é um desafio. “Falta tolerância com as pessoas, com o novo e o diferente, o importante é ser feliz, não importa o jeito que você ama, o importante é o amor”, reiterou Rodrigues.

Orientação
Segundo o psicólogo Oliver Zancul Prado, uma discussão deve ser feita entre as famílias, havendo integrantes homossexuais ou não. “Isso não é desvio e nem doença, é uma expressão da afetividade e da sexualidade das pessoas e o que a gente tem que fazer é acabar com o preconceito das pessoas”, analisou.

Ainda segundo ele, quando há dificuldade para aceitar, as pessoas precisam buscar orientação sobre o assunto. “Quando não aceitam colocam o homossexual em um espaço de exclusão e fica proibido, escondido, e isso é prejudicial para eles e para a sociedade”, comentou. “Essas pessoas que não aceitam é que precisam de ajuda”.

fonte: G1

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