Muito se falou sobre o contrato de exclusividade da modelo transexual Lea T. com a apresentadora Oprah Winfrey e ontem, após longa espera, a entrevista foi ao ar nos Estados Unidos. No papo franco, a brasileira, filha do ex-futebolista Toninho Cerezo, falou abertamente sobre sexualidade, discriminação e carreira. Atualmente, Lea, que mora na Itália, aguarda autorização judicial para realizar a cirurgia de mudança de sexo.
“Eu gostaria de poder aceitar meu corpo como o de um homem. Acho que minha vida seria muito mais fácil e seria menos doloroso para minha família... Mas é algo dentro do meu cérebro. Medicamente, é um transtorno. Eu tentei viver como um gay, como todo transexual tenta, porque é mais fácil, mas no fim das contas, quando você vai ao médico, vê que não tem homossexualidade alguma. Seu cérebro é como se fosse o de uma mulher. Quando se é transexual, você se sente realmente uma mulher. E eu gosto de homens”, disse Lea.
À Oprah, Lea negou os rumores de que seu pai a teria renegado por conta de sua sexualidade. “Meu pai disse ‘se você é mulher, homem, cachorro ou qualquer coisa, eu vou amá-la pelo que você é’”, disse. A modelo contou que, após vê-la na passarela de Alexandre Herchcovitch no São Paulo Fashion Week no mês passado, Toninho Cerezo disse: “agora posso morrer feliz, estou muito orgulhoso”. Já sua mãe não reagiu tão bem à sua transformação, postura que Lea atribui ao catolicismo fervoroso. “É uma luta com a religião dela. Mas ela é sempre legal comigo”, disse.
Sem cerimônia, Oprah perguntou como Lea faz para esconder seu pênis nos ensaios fotográficos. Com bom humor, a modelo respondeu: “Todo mundo me pergunta isso, especialmente os homens com quem trabalho. É meio desconfortável, tenho que colocar o pênis para trás e usar calcinhas bem pequenas. É bem chato, principalmente quando me sento.”
fonte: GNT
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