O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) é o principal articulador da frente antigay no Congresso. Em entrevista à revista "Época", o deputado declarou que está disposto a "enterrar" todo e qualquer projeto em prol da comunidade gay.
Em resposta a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, projeto encabeçado pelo deputado Jean Wyllys, do PSOL, Jair afirma que "em nome da família e dos bons costumes" fará dura oposição.
"O primeiro passo para desgraçar um país é mexer na cédula da família (...). Se depender de mim, e de muitos outros, não vai pra frente. Em nome da família e dos bons costumes. Eles vão querer o quê? Vamos colocar um espanador na orelha? Vão vender os serviços de homossexualismos (sic) deles, é isso?"
Quanto ao chamado "kit gay", material desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação) para o ensino fundamental em combate à homofobia, o deputado também faz duras críticas.
"Eles vão atacar agora o ensino fundamental com o 'kit gay', que estimula o homossexualismo (sic) e a promiscuidade. Tem muito mais violência no país contra o professor do que contra homossexuais. Quando eles falam em agressões, é em horário avançado, quando as pessoas que têm vergonha na cara estão dormindo. A regra deles é a porrada e querem acusar nós, os normais, os héteros", afirmou.
Alvo fácil das bancadas religiosas, o deputado Jean Wyllys afirma que Jair Bolsonaro é a "criatura de um deputado nostálgico de tempos sombrios de ditadura e repressão às liberdades".
"Às vezes penso que ele nem acredita no que diz. É mais pra produzir um efeito mediático e despertar o que há de pior nas pessoas para ter ganho eleitoral. Ele faz uso da ignorância popular e dos preconceitos que são reproduzidos e dos quais as pessoas não se livram exatamente porque não há um projeto sério que radicalize na defesa dos direitos humanos no país", comentou Jean Wyllys.
O deputado teve recentemente sua página do Facebook bloqueada, por ter sido denunciada como falsa. Para Jean, a ação foi orquestrada por seus opositores. "É natural que minha presença na Câmara provoque uma reação. O movimento GLBT (sic) chegou ao Congresso", declarou.
fonte: A Capa
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