Depois de abrir um inquérito civil para apurar mensagem agressiva contra homossexuais, MP pediu investigação policial
Integrantes do Ministério Público (MP) pedirão a abertura de investigação à Polícia Civil para descobrir a origem de e-mail com conteúdo homofóbico enviado a alunos de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Na tarde de ontem, a Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos também confirmou que está em andamento, desde 26 de novembro, um inquérito civil para avaliar o caso.
Após receber um grupo de alunos, a promotora Míriam Balestro classificou o episódio como "uma violação gravíssima dos direitos humanos". Os estudantes – entre eles Igor Rabuske Araujo, 21 anos, e Alex Vicente Spadini, 19 anos, homossexuais assumidos eleitos coordenadores-gerais do Centro Acadêmico da faculdade – pediram providências.
Apócrifos, os e-mails foram enviados pouco depois da eleição da chapa de Araujo e Spadini, no fim de novembro. Um deles, além de ofensivo, sugere que os profissionais da saúde simplesmente não atendam pacientes gays ou que os atendam de forma incorreta:
"Caros e futuros colegas, e se, somente se, a solução fosse cada um de nós, sensatos, tomarmos alguma atitude, qualquer atitude, no momento em que essa escória nos procurar para curar suas doenças venéreas, e qualquer demais praga que se alastre por seus corpos nojentos? Assim como eles, está na hora de unirmos forças e veladamente fazer o que nos couber, para dar fim, pouco a pouco nesta peste! No momento da consulta de uma bicha, ou recuse-se (pelos meios cabíveis em lei) ou trate-o erroneamente!!!", diz o texto.
Entenda o caso
- Em 24 de novembro passado, a Chapa 2 foi eleita para presidir o Centro Acadêmico da UFCSPA. Dois homossexuais fazem parte da liderança da chapa
- Entre a noite do dia 24 e a madrugada do dia 25, uma série de e-mails foram disparados fazendo comentários sobre a eleição, muitos deles com brincadeiras, como “Agora teremos clericot, serviço de manicure (...)”
- No meio dos e-mails com brincadeiras, circulou o texto homofóbico, que saiu de uma conta pública utilizada por uma turma do segundo ano da Medicina
- Ciente do caso, o Grupo Somos denunciou no início da semana o que havia ocorrido
- Na quarta-feira, alunos se proclamaram contrários à atitude do colega e anunciaram que o e-mail passaria a ser restrito
- Quinta-feira, a reitoria da UFCSPA encaminhou o caso à PF
fonte: Zero Hora
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