Movimento é resultado das declarações do arcebispo da Capital sobre homessexualidade e pedofilia
Motivada por declarações polêmicas do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, sobre homessexualidade e pedofilia, a organização não governamental Nuances anunciou uma manifestação em frente à Catedral Metropolitana. O ato público está marcado para a próxima quarta-feira, a partir do meio-dia.
Criado em 1991, o grupo porto-alegrense Nuances é ligado ao movimento de defesa dos direitos dos homessexuais. Além da ONG, o grupo Somos — Comunicação, Saúde e Sexualidade, a Liga Brasileira das Lésbicas e o grupo Indentidade (Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul) apoiam a iniciativa.
— Queremos demonstrar nossa insatisfação com a tentativa da Igreja de vincular um ato criminoso, a pedofilia, com os homossexuais. As frases de dom Dadeus reforçam o preconceito e criam um ambiente social propício à homofobia — diz o coordenador-geral do grupo Somos, Gustavo Bernardes.
A mobilização da entidade é efeito do episódio do último dia 4 de maio, quando o principal sacerdote gaúcho da Igreja Católica afirmou que "a sociedade é pedófila" e que "o adolescente é espontaneamente homossexual", durante a abertura da assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
— Antigamente, não se falava em homossexual. E era discriminado. Quando começa a (dizer) que eles têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos — disse dom Dadeus Grings.
O arcebispo também fez comentários sobre a homossexualidade:
— Menino brinca com menino, menina brinca com menina. Só depois, se não houve uma boa orientação, isso se fixa — explicou.
As frases provocaram indignação em cadeia. Entidades como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers/Sindicato) e o Conselho Regional de Medicina (Cremers) emitiram notas de repúdio às declarações, e a polêmica alcançou nível mundial quando agências de notícias fizeram o caso chegar a jornais e a sites internacionais.
fonte: Zero Hora
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