sexta-feira, 16 de abril de 2010

O gay que salvou Woodstock

40 anos depois, é revelada a história de Elliot Tiber que garantiu a realização do festival

woodstockgay Aquela sexta-feira, 14 de agosto de 1969. Aquela multidão estimada em 500 mil pessoas. Aquele festival que mudou a história de cena cultural mundial. Toda essa história tem um personagem que agora, 40 anos depois, é celebrado: Elliot Tiber, o gay que garantiu o aluguel da fazenda para a realização do Festival de Woodstock.

Eram esperadas 50 mil pessoas pelos organizadores. Só que 500 mil apareceram por lá. O prefeito da cidade de Woodstock proibiu ofestival e a celebração da música e da liberdade aconteceu na vizinha Bethel, a 145 km de Nova York.

Foi Elliot Tiber, aos 34 anos, que salvou os produtores que já tinham investido 2 milhões de dólares, mas estavam sem local para realizar o fstival. Tiber tinha uma licença e como presidente da Câmara de Comércio de White Lake, comunidade vizinha, tinha também influência.

Tamanha foi a contribuição de Tiber que ele é tema da comédia "Taking Woodstock" em cartaz no Brasil com o nome de "Aconteceu em Woodstock". O filme é do diretor Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain).

Todas as tribos invadiram a pacada White Lake onde elas ficaram abrigadas. Todos os quartos foram alugados. A mãe de Tiber fazia a contabilidade do dinheiro apurado com o aluguel.

É uma história contada também no livro "Aconteceu em Woodstock" escrito por Tiber e já lançado no Brasil. Na obra está a sua versão para aqueles três dias de paz, amor, sexo e música.

"Minha história pessoal não tinha sido contada antes. São 40 anos (desde o festival) e ninguém sabe sobre isso. Estou recebendo ligações [de jornalistas] do mundo para explicar como ninguém tinha ouvido falar sobre mim quando se fala em Woodstock. E eu digo: não sei por que. Acho que deve ser por homofobia, eu sou gay e tenho dado entrevistas desde o aniversário de 20 anos [do festival]" disse Tiber em entrevista para o "G1" da Globo.com.

Ele contou ainda que a sua história deve ter ficado escondida esse tempo todo por preconceito movido pela sua homossexualidade.

"Nunca mencionavam que foi um homem gay que salvou Woodstock, ignorava-se isso. Então, quando conheci Ang Lee, que tinha feito "O segredo de Brokeback mountain", o filme sobre os dois caubóis gays que ganhou um Oscar, eu queria ter certeza de que Hollywood tinha mudado, que o filme seguiria o livro. E ele me certificou disso e cumpriu" ressaltou Tiber.

woodstockshowWoodstock para os gays
Para Tiber, o festival não foi só da liberdade sexual para os héteros. Exerceu ainda um papel fundamental para o movimento gay. Os homossexuais e as lésbicas, contou o escritor, formavam a "segunda nação de Woodstock."

"Woodstock nos liberou. Devia haver pelo menos uns 50 mil ou talvez 100 mil gays e lésbicas no festival" contou Tiber. Em tempos de amor livre, foi alí também que ele não só fez novos amigos, mas também namorados (no plural mesmo).

Ao celebrar a liberdade, Woodstock abriu caminho para todas as tribos. No caso dos gays ajudou pessoas como Tiber a entender que ele não era o único. "E muitas pessoas ali, tanto gays quanto héteros, perceberam que poderíamos ter um mundo em que as pessoas se juntavam sem brigas, sem problemas de raça ou cor ou crença."

fonte: Toda Forma de Amor

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