Sempre polêmico, Ney Matogrosso, que no fim de novembro recebeu o Prêmio Shell de Música pelo conjunto da obra, deu uma entrevista ao jornal "O Globo" de domingo (6). Aos 68 anos, o cantor contou que não pretende se aposentar tão cedo e falou abertamente sobre AIDS, drogas, sexo e música.
AIDS
"Se um dia descobrirmos que o vírus da AIDS foi manipulado e posto na Humanidade, não vou me chocar. A gente tem que ter em mente que naquele momento o movimento gay nos Estados Unidos estava elegendo governadores. É muita ingenuidade nossa achar que os seres humanos não são capazes dessas coisas, porque são."
Sobrevivente
"Eu tive todas as oportunidades para ter Aids e ter ido na leva. E não tive a doença. Não me perguntem por quê. Não tem explicação, eu já perguntei para vários médicos: 'Me expliquem... tenho certeza que fui, mais de uma vez. E por que não tive, me expliquem'. E ninguém tem explicação. Então eu sou um sobrevivente."
Drogas
"Tudo devia ser liberado, mas precisaríamos viver num país onde as pessoas tivessem saúde, educação, entendimento, se alimentassem bem para poder raciocinar, refletir e concluir. Mas eu sou a favor da liberação de tudo, de todas as liberdades."
Ácido
"Fui tomar ácido para ver o que era. E digo uma coisa: droga para mim sempre teve esse enfoque. Nunca tomei um ácido para ir a uma festa. Ácido para mim é para autoconhecimento, para abrir as portas da percepção. Droga para mim sempre foi assim. Até maconha. Cocaína, eu odiei."
Idade
"As pessoas da minha idade, a maioria delas, estão com a chuteirinha pendurada, sentadas diante da TV, de pijaminha. Eu não estou e não vou estar. Não estou falando de artistas, e sim de uma maneira geral."
Música
"Raramente ouço música, ouço mais quando vou fazer um disco, ouço o que me vão dando pelo caminho. E eu ouço rádio quando estou no carro, para ter uma noção do que estão fazendo e para eu passar longe! Para eu não esbarrar em ninguém."
Casamento
"Olha, casamento nem com mulher. Casamento é uma coisa que já não se segura. Homem casar com homem? Mas entendo o fundamento. Concordo. São direitos civis. Se um homem vive com outro... Isso a gente viu muito claramente na época em que a Aids estava devastando. Pessoas que tinham construído patrimônios juntos, um morreu, o outro perdeu totalmente os direitos. Por aí, é compreensível... Agora, casamento? Por que casar? Se o tradicional já não está se segurando."
Desejo
"Meu desejo erótico permanece, graças a Deus não mudou. Não tenho mais aquela... porque, se eu não transasse, eu não dormia, e isso não era normal. E eu vivia numa disponibilidade sexual que hoje em dia nem dá para se marcar essa touca!"
fonte: Quem
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