quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Deputado defensor de "couro" em filho gay não deve ser punido

O caso de Jair Bolsonaro será analisado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da qual o parlamentar faz parte

Jair BolsonaroA Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um requerimento que propunha o debate sobre uma punição ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que tem dado declarações polêmicas sobre os homossexuais. Mas, pelo clima entre os parlamentares presentes, Bolsonaro - que, teoricamente, corre até mesmo o risco de ser expulso da comissão - não deve ser punido.

Em debate recente na TV Câmara, Jair Bolsonaro afirmou: "O filho começa a ficar, assim, meio gayzinho, leva um couro e muda o comportamento dele". Depois, repetiu a argumentação em outros programas de televisão. O requerimento votado nesta quarta-feira é assinado pelos deputados Pedro Wilson (PT-GO), Iriny Lopes (PT-ES) e Chico Alencar (PSOL-RJ).

Presente à reunião, Bolsonaro manteve as declarações: "Não retiro nem uma palavra do que eu disse". Fernando Chiarelli (PDT-SP) defendeu o colega: "Esse governo está querendo desmasculinizar esse país. Tirar a virilidade dos nordestinos, dos gaúchos, dos paulistas, dos mato-grossenses". Os deputados criticaram uma cartilha elaborada pelo Ministério da Educação para ensinar crianças a conviver com colegas homossexuais.

A postura de Bolsonaro foi reprovada pela maior parte dos integrantes da Comissão. Mas os parlamentares se posicionaram de forma contrária à aplicação de uma punição ao colega. Chico Alencar afirmou: "O Partido Progressista está se tornando o partido da homofobia". Depois, ponderou: "No Parlamento a gente pode 'parlar' à vontade, inclusive as maiores sandices".

Pompeo de Mattos (PDT-RS) concordou: "A gente deve ouvir, não necessariamente concordar".

Ironias 
Durante a reunião desta quarta-feira, Bolsonaro ria enquanto os colegas reprovavam as declarações dadas pelo parlamentar sobre os gays. Pedro Wilson lembrou o caso de um deputado americano que sempre votou contra medidas que ampliavam os direitos dos homossexuais, mas depois acabou se assumindo como gay. Chiarelli virou-se para Bolsonaro e, rindo, disparou um ameaça caso o colega siga o mesmo caminho: "Eu te mato".

fonte: Veja.com

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