segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Para mim Deus fez o homem e a mulher", diz o prefeito de Duque de Caxias

Zito, prefeito de Duque de Caxias/RJ Em entrevista à revista Época desta semana, o prefeito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, José Camilo Zito (PSDB), tratou de explicar por que resolveu proibir a Parada Gay na cidade, no último domingo (11/10).

Segundo o prefeito, a manifestação foi cancelada porque "não houve nenhum pedido em tempo hábil para que houvesse desfile". "Não houve a procura de nenhum representante, a não ser a Charlene [presidente do Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias], que falou comigo que ia dar entrada", justificou Camilo Zito. "Na verdade não houve nenhum cancelamento e nenhuma proibição porque não houve um pedido de nenhuma organização e de nenhum organizador."

Na entrevista, o prefeito sugeriu também a criação do Dia Nacional das Paradas Gays. A ideia de Camilo Zito é que, nessa data, os homossexuais prestem serviços comunitários gratuitamente para a população. Antes disso, porém, o prefeito explicou por que quis que a Parada fosse realizada numa Vila Olímpica afastada do Centro. "Eu fiz uma sugestão, não uma imposição. Foi uma ideia que eu dei. Eu acho que deveria ter o ano nacional dessas festas, que cada cidade fizesse a sua. O dia nacional da parada gay. Não estou querendo ditar norma nenhuma. As pessoas estão fazendo um cavalo de Tróia", afirmou Camilo Zito, talvez querendo utilizar, na verdade, a expressão "cavalo de batalha".

Questionado se tem funcionários gays, o prefeito respondeu: "Meu governo tem alguns homossexuais, uns declarados, outros não. E não é por isso que nenhum deles são desrespeitados, maltratados, eu não o contratei pelo que eles representam e sim pelo que eles fazem, profissionalismo, dedicação. E assim eu seguirei para respeitar a todos."

Sobre casamento gay, Camilo Zito disse que o assunto "não está em tese". "A minha visão de vida é uma, mas eu respeito as que os outros optam. Para mim Deus fez o homem e a mulher. Agora, a opção de cada um pertence a cada um. Como é que eu vou julgar se homem tem que casar com homem, se mulher tem que casar com mulher? Problema deles. A opção é deles, o desejo é deles. E que eu respeite", afirmou o prefeito, que disse ainda não ter preconceito contra os homossexuais. "Não tenho nenhum tipo de problema nem com esse e nem com nenhum outro. Agora, eu tenho uma responsabilidade com a cidade. Tenho que sentar com eles e dizer o que a sociedade caxiense e o que as famílias estão dizendo. Em Copacabana acontece de tudo embaixo da bandeira."

O prefeito prometeu ainda impedir uma nova Parada, marcada para o dia 15 de novembro. "Vamos fazer a mesma coisa que fizemos [cancelar o evento]. Nada diferente do que fizemos. Eles fizeram manifestação. Pergunte se alguém foi molestado. Isso não é bom para ninguém. Por que não fazer como deve ser feito? Toda cidade tem suas leis, suas regras, que têm que ser respeitadas", disse Camilo Zito.

Partido
Em ofício enviado à Executiva Nacional do PSDB na semana passada, Wagner Gui Tronolone, coordenador estadual do Diversidade Tucana - Núcleo da Diversidade Sexual do PSDB - SP, posicionou-se contra as declarações do prefeito de Duque de Caxias, dizendo que sua postura é "frontalmente conflitante com os avanços que governantes e legisladores do PSDB propiciam constantemente à população LGBT do nosso país, bem como com a postura das principais lideranças de nosso partido, como José Serra, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, entre outros, em relação às Paradas do Orgulho LGBT".

fonte: A Capa

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